PEQUIM, 10 Fev (Reuters) - O desempenho comercial da China foi melhor do que o esperado no primeiro mês do ano, dando assim sinais animadores à Ásia, que vive um momento de alguma inquietação devido às anunciadas medidas proteccionistas da nova administração dos Estados Unidos.
Em Janeiro, as exportações chinesas progrediram a um ritmo superior ao esperado, tal como as importações, que também superaram as previsões dos analistas, mostram os números provisórios oficiais.
As exportações registaram um incremento de 7,9 pct no mês passado, enquanto as importações aumentaram 16,7 pct (10 pct acima do esperado), tendo o excedente comercial atingido um valor de 51.350 milhões de dólares (MD), o mais elevado no espaço de um ano. Este incremento das importações e exportações é o maior desde Fevereiro de 2015. Os números definitivos serão publicados no próximo dia 23 pelos serviços aduaneiros.
"Prevê-se que os números do comércio chinês continuem positivos na primeira metade do ano devido à boa tendência observada no final do ano passado", refere Louis Kuijs, director do Departamento Económico da Oxford Economics em Hong Kong.
"O problema que nos preocupa realmente é a política comercial norte-americana, que está a virar-se para o proteccionismo(...) Para mim, é bastante claro que as exportações para os Estados Unidos serão mais difíceis durante os próximos anos", acrescenta.
A administração de Donald Trump, recorde-se, lançou críticas na semana passada à China, ao Japão e à Alemanha, acusando os três principais parceiros comerciais dos Estados Unidos de desvalorizarem as suas moedas, tirando assim vantagem junto dos consumidores americanos.
Até ao momento, o novo presidente norte-americano ainda não tomou quaisquer medidas concretas que penalizem o comércio chinês. Aliás, já procurou apaziguar o ambiente tenso com a China durante uma conversa telefónica na quinta-feira com o seu homólogo chinês Xi Jinping.
(Reportagem de Elias Glenn e Yifan Qiu; traduzido para português por Daniel Lourenço em Gdynia; editado em português por Sérgio Gonçalves em Lisboa)