LISBOA, 21 Dez (Reuters) - A balança corrente de Portugal manteve um excedente de 1.032 milhões de euros (ME) nos 10 meses de 2016, igual ao registado há um ano atrás, mas com o 'superhavit' da balança comercial a disparar 29 pct suportado na actividade de turismo, segundo dados do Banco de Portugal.
A balança corrente resulta da soma da balança comercial, com o investimento externo e transferências líquidas. Um valor negativo, ou seja, um défice, mostra que o país é devedor líquido face ao exterior.
Entre Janeiro e Outubro de 2016, o excedente da balança comercial disparou 29 pct para 4.179 ME.
Portugal registou excedentes da balança corrente em 2013 e 2014 e 2015. Antes, o país tinha registado duas décadas de défices desta balança.
Nos primeiros dez meses de 2016, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital situou-se em 2.282 ME, inferior aos 2.707 ME em igual período de 2015.
"A redução foi determinada pelo comportamento das balanças de rendimentos primário e secundário e da balança de capital, uma vez que o excedente na balança de bens e serviços aumentou 942 ME em relação ao mesmo período de 2015, para 4.179 ME.
Explicou que, para este aumento contribuíram tanto a redução das importações, em 1,1 por cento, com variações de -1,5 por cento nos bens e 0,7 por cento nos serviços, como o aumento das exportações, em 0,5 por cento, com variações de -1,0 por cento nos bens e 3,2 por cento nos serviços.
O BP referiu que, "na balança de serviços, a rubrica 'Viagens e turismo' apresentou um saldo de 7.763 ME, face a 6.930 ME em igual período de 2015.
O défice da balança de rendimento primário totalizou 3.764 ME, aumentando 474 ME face há um ano atrás.
"Este desenvolvimento resulta, sobretudo, do aumento dos rendimentos atribuídos a não residentes".
A diminuição do excedente da balança de capital deveu-se, no essencial, à redução dos fundos provenientes da União Europeia, adiantou.
Entre Janeiro e Outubro de 2016, o saldo da balança financeira registou um aumento dos ativos líquidos de Portugal sobre o exterior no valor de 2.807 ME.
"No mês de outubro destaca-se a redução de passivos em resultado da amortização de títulos de dívida emitidos pelas administrações públicas portuguesas e adquiridos por não residentes", disse o BP.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)