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Fórum Competitividade alerta para fraco crescimento Portugal, PIB podia ser 22 pct maior

Publicado 04.12.2018, 11:54
Atualizado 04.12.2018, 12:00
© Reuters.  Fórum Competitividade alerta para fraco crescimento Portugal, PIB podia ser 22 pct maior

LISBOA, 4 Dez (Reuters) - O Fórum para a Competitividade alertou que o maior problema de Portugal é o fraco crescimento económico e que, caso tivesse crescido tanto quanto Espanha nas últimas duas décadas, o PIB nacional seria 22 pct maior, ou 43.000 milhões de euros (ME), segundo a nota de conjuntura de Novembro.

"Há, certamente, ainda muita ineficiência na despesa pública, mas o problema maior das nossas contas públicas é a falta de crescimento económico das últimas duas décadas", disse a associação.

Acrescentou que "o PIB seria 43.000 ME mais elevado (238.000 em vez de 195.000 ME em 2017), o que, aplicando as actuais taxas de imposto, de contribuições e outras receitas correntes, geraria 18.000 ME de receitas públicas adicionais (mais de 9 pct do actual PIB)", adiantou a associação.

Entre 2000 e 2017, Portugal cresceu 7,5 pct, enquanto Espanha cresceu 31,3 pct, segundo os dados divulgados pela AMECO.

O Fórum para a Competitividade adiantou que "isto seria uma margem muito ampla, que permitiria o 'milagre' de conseguir três objectivos, todos eles favoráveis: um défice menor, impostos mais baixos e aumentar o investimento público".

O Governo projecta uma nova descida do défice para 0,2 pct do PIB versus 0,7 pct em 2018, que será o nível mais baixo em mais de 40 anos de democracia, pelo terceiro ano seguido.

O Produto Interno Bruto (PIB) é visto a crescer 2,2 pct em 2019, uma décima abaixo de 2018, enquanto o rácio de dívida se estima a cair para 118,5 pct do PIB no próximo ano contra 121,2 pct este ano.

MELHOR EMPREGO, MENOS IMPOSTOS

Caso o crescimento económico de Portugal tivesse sido em linha com o de Espanha, o salário bruto médio teria subido 17 pct. No entanto, o salário mínimo seria idêntico ao actual, mas abrangeria menos trabalhadores, segundo a associação.

"O salário mínimo talvez não estivesse muito longe do seu actual valor, mas abrangeria um número muito mais reduzido de trabalhadores. Como os impostos seriam mais baixos, os salários líquidos teriam subido mais do que 17 pct", disse.

Acrescentou que "quando se interrogam porque é que os impostos sobre os combustíveis são muito mais baixos no nosso vizinho, a resposta é: porque Espanha cresceu e Portugal não".

Crescer tanto quanto Espanha não seria algo tão "ambicioso e quixotesco", uma vez que "o nosso vizinho cresceu em média 1,6 pct ao ano, enquanto a média da UE foi de 1,4 pct. Crescer duas décimas acima da média comunitária está longíssimo de constituir um grande desafio", concluiu.

(Por Gonçalo Almeida Editado por Patricia Vicente Rua)

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