LISBOA, 9 Mar (Reuters) - A Escócia pode realizar um referendo sobre a sua independência no último trimestre de 2018, poucos meses antes do Reino Unido concluir sua saída da União Europeia, o chamado Brexit, disse a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, segundo a emissora BBC.
A ameaça de uma segunda consulta separatista no país complica ainda mais as negociações da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, com os outros 27 membros do bloco sobre os termos da separação britânica.
Sturgeon disse que o final de 2018 seria um "momento de bom senso" para a Escócia convocar outro referendo de independência, assim que houver algum delineamento de um acordo para sair da UE.
"Dentro dessa janela, de quando um delineamento de um acordo do Reino Unido se tornar claro e o Reino Unido sair da UE, acho que seria um momento de bom senso para a Escócia ter esta escolha, se esta for a estrada que escolhemos seguir", disse Sturgeon, que lidera o governo restituído pró-independência de Edimburgo, à BBC.
Ainda não se tomou nenhuma decisão sobre uma data para a votação, acrescentou. De acordo com as convenções constitucionais vigentes, uma segunda consulta deste tipo teria que ser aprovada pelo governo de Londres.
Os resultados do referendo do Brexit de 23 de Junho colocaram o futuro do Reino Unido em dúvida porque Inglaterra e País de Gales votaram pela separação, e Escócia e Irlanda do Norte pela permanência.
Sturgeon vem alertando repetidamente que os planos de Londres para o Brexit podem obrigar os escoceses a realizarem outro referendo com o argumento de que as circunstâncias mudaram desde 2014, quando seus compatriotas escolheram continuar no Reino Unido por 55 a 45 pct dos votos.
(Por Elisabeth O'Leary, Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)