LISBOA, 22 Set (Reuters) - O défice público Portugal no ano terminado em Junho de 2017 desceu 0,2 pontos percentuais (pp) face a Março para 1,4 pct e o défice do primeiro semestre deste ano caiu a pique para 1,9 pct, capitalizando o crescimento económico e convergindo para a meta do Governo, segundo INE-Instituto Nacional de Estatística.
O INE, na segunda notificação Procedimento dos défices excessivos a enviar para o Eurostat, manteve a estimativa que o défice público descerá para 1,5 pct do PIB em 2017 e que o rácio de dívida pública cairá para 127,7 pct do PIB versus 130,1 pct em 2016.
Nas Contas Nacionais Trimestrais por Sector Institucional, o INE referiu que, "no conjunto do primeiro semestre de 2017, o saldo global das Administrações Públicas (AP) fixou-se em -1.794,4 milhões de euros, correspondendo a -1,9 pct do PIB versus -3,1 pct do PIB em igual período do ano passado".
"A necessidade de financiamento das AP registou uma diminuição de 0,2 pp no ano terminado no segundo trimestre de 2017, relativamente ao trimestre anterior, atingindo 1,4 pct do PIB", referiu o INE.
Adiantou que a "diminuição da necessidade de financiamento resultou do efeito conjugado do aumento de 0,3 pct da receita e de uma redução de 0,1 pct da despesa".
O Governo estima que o consolidar do crescimento económico favoreça a redução do défice público para 1,5 pct do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, contra 2 pct em 2016.
No relatório da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) realizada entre 19 e 29 de Junho, o FMI previu que a economia portuguesa cresça 2,5 pct em 2017, contra 1,4 pct em 2016, prevendo um crescimento de 2 pct em 2018.
O Governo, apesar de inicialmente ter previsto um crescimento de 1,8 pct este ano, tem referido que será "claramente" superior a 2 pct.
Em 18 de Setembro, a Standard&Poor's (S&P) subiu a notação de Portugal para BBB-, retirando o país do nível de 'lixo' BB+, dada a forte performance económica e orçamental, e posteriormente as 'yields' da dívida soberana tiveram uma queda acentuada com estreitamente dos 'spreads' face a pares europeus.
Esta foi a primeira das três grandes agências de 'rating' a colocar o país novamente em grau de investimento, mais de cinco anos após o 'downgrade' para 'grau especulativo' devido à crise da dívida soberana.
Mas, os analistas esperam que a Moody's e a Fitch sigam o exemplo da S&P.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Daniel Alvarenga)