LISBOA, 12 Mar (Reuters) - A taxa de desemprego de Portugal caiu de máximos recorde à medida que recupera de uma crise económica, mas com mais de um em cada cinco trabalhadores com contratos temporários, a insegurança do emprego é cada vez mais um entrave ao crescimento.
A situação levou o Governo do primeiro-ministro António Costa a prometer restrições ao uso de contratos não permanentes, que são mais prevalentes no sector de serviços, que representa cerca de 65 pct do Produto Interno Bruto de Portugal.
"A principal limitação para o crescimento das empresas portuguesas agora não é financeira, mas restrições ao capital humano", disse João Cerejeira, investigador do mercado de trabalho da Universidade do Minho.
Nuno, especialista em IT, foi contratado num contrato temporário em 2011, trabalhando até 12 horas por dia num 'call center' com um salário de 660 euros (746 dólares) por mês - pouco acima do salário mínimo e sem seguro de saúde ou benefícios.
"Éramos tratados como números", disse Nuno de 30 anos, que não quis dar o seu nome completo.
Era um dos cerca de 890.000 portugueses cujo 'status' de emprego no ano passado foi oficialmente descrito como precário, um termo usado para se referir a formas de emprego não-padrão, incluíndo trabalho temporário e contratos a termo.
Segundo o Eurostat, cerca de 22 pct dos empregos portugueses são classificados como temporários, bem acima da média da União Europeia, de 14,3 pct, e no segundo lugar da Europa ocidental, apenas atrás dos vizinhos de Espanha com 26,7 pct.
Texto integral em inglês: (Reportagem de Catarina Demony Traduzido para português por João Manuel Maurício, Gdynia Newsroom Editado em português por Gonçalo Almeida e Catarina Demony)