GENEBRA, 25 Fev (Reuters) - A Itália adoptou medidas apropriadas para conter a disseminação do novo coronavírus, com o objectivo de interromper a transmissão de pessoa para pessoa, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira.
A Itália tem visto o maior surto da doença na Europa, com mais de 260 casos e sete mortes relatadas, a maioria na região norte do país.
Uma equipa da OMS conversou com autoridades italianas em Roma na terça-feira sobre a resposta, disse o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier.
"Os especialistas da OMS estão a fornecer apoio nas áreas de gestão clínica, prevenção e controle de infecções, vigilância e comunicação de riscos. Nesta fase, o foco está em limitar mais a transmissão de humano para humano", disse a OMS em comunicado.
Vários grupos de infecções em diferentes regiões já haviam sido detectados, afirmou, embora observando que, com base nos dados actuais, na maioria dos casos (quatro em cada cinco) pessoas experimentam sintomas leves ou inexistentes.
"As medidas tomadas pelo governo italiano ou pelos governos regionais foram bastante fortes e provavelmente devem ajudar a conter esse vírus da melhor maneira possível", disse Lindmeier. Ele não tinha informações sobre as viagens da equipa em Itália.
Uma missão separada da OMS ao Irão, anunciada para esta terça-feira, foi adiada, disse Lindmeier, acrescentando que ele não tinha data para a sua partida. O escritório da OMS no país estava em contacto com as autoridades.
Ele instou os países a aumentarem a sua prontidão, dizendo que o vírus está "a bater à porta".
As autoridades nacionais podem implementar "planos de pandemia" nacionais de acordo com sua própria avaliação de risco da situação em casa, disse Lindmeier.
A própria OMS, que accionou o maior alarme ao declarar uma emergência internacional em 30 de janeiro após o início do surto da China, não tem categoria para declarar uma pandemia.
Lindmeier, comentando as observações do director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na segunda-feira, acrescentou: "Uma pandemia exigiria disseminação múltipla da comunidade e disseminação quase incontrolável em vários países fora da origem."
A China já registrou 77.262 casos confirmados de COVID-19, incluindo 2.595 mortes, enquanto 29 outros países relataram 2.069 casos confirmados, incluindo 23 mortes.
(Reportagem de Stephanie Nebehay e Emma Farge) (Traduzido por Sérgio Gonçalves)