(Acrescenta citações das Finanças e economista)
Por Catarina Demony
LISBOA, 15 Mai (Reuters) - A economia portuguesa cresceu 0,4 pct no primeiro trimestre de 2018 face ao quarto trimestre de 2017, quando tinha crescido 0,7 pct, com as importações a crescerem menos do que as exportações, mas com o investimento a manter-se robusto, segundo as Finanças e analistas.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) "o contributo da procura externa líquida para a variação em cadeia do PIB foi negativo, após ter sido positivo no trimestre anterior, observando-se um aumento das Importações de Bens e Serviços superior ao das Exportações de Bens e Serviços".
Adiantou que "o contributo positivo da procura interna aumentou no primeiro trimestre, em resultado da aceleração da Formação Bruta de Capital Fixo e do consumo privado".
Num comunicado à imprensa, o Ministério das Finanças disse que o crescimento, impulsionado por um "forte crescimento do emprego" e "redução do desemprego", está em "linha com a evolução da enconomia europeia.
De acordo com o Ministério, o "crescimento do primeiro trimestre teve um importante contributo do investimento, mantendo-se assim o padrão de crescimento dos trimestres anteriores".
Explicou que "o comportamento das exportações no primeiro trimestre de 2018 esteve sujeito a um efeito de calendário significativo - menos dois dias úteis que no trimestre homólogo".
"(O crescimento foi) suportado apenas pela procura interna, em concreto pelo consumo privado e pelo investimento em capital fixo", referiu o Departamento de Estudos do Montepio (LS:MPIO).
Carlos Andrade, economista no BES, tambem mencionou que os resultados "estão em linha com aquilo que esperava" devido a vários factores, incluindo condições climáticas.
O INE afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB), em termos homólogos, aumentou 2,1 pct em volume no primeiro trimestre de 2018 face a 2,4 pct no trimestre anterior.
Em termos homólogos, a procura externa líquida registou um contributo mais negativo, em resultado da desaceleração mais acentuada das Exportações de Bens e Serviços que a registada nas Importações de Bens e Serviços.
Explicou que "o contributo positivo da procura interna estabilizou no primeiro trimestre, verificando-se uma ligeira desaceleração do consumo privado".
Por seu turno, "o investimento apresentou um crescimento ligeiramente mais acentuado, determinado pelo comportamento da Variação de Existências, refletindo o efeito base do contributo negativo verificado no primeiro trimestre de 2017".
Em 2017, o PIB português cresceu 2,7 pct - o ritmo mais forte em 17 anos.
Apesar do Governo prever que a economia portuguesa cresça 2,3 pct em 2018, o Departamento de Estudos do Montepio destacou desafios à evolução da mesma, incluindo a "situação ainda débil do sistema bancário" e a "permanência de alguns riscos políticos".
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Catarina Demony)