LISBOA, 22 Mar (Reuters) - O número de pessoas registadas como desempregadas em Portugal saltou quase 37% em Fevereiro, face há um ano, para atingir um nível não visto desde meados de 2017, quando o país estava lentamente a recuperar de uma grave crise económica e de dívida.
O total das pessoas oficialmente sem emprego aumentou para 431.843 pessoas, o que significa que se perderam mais de 116.000 postos de trabalho desde Fevereiro de 2020, um mês antes do surto pandémico, mostraram dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional na segunda-feira.
Em Maio de 2017, cerca de 432.000 pessoas foram registadas como desempregadas, uma vez que os números caíram de um pico em 2013. Caíram significativamente desde então, mas a pandemia inverteu a tendência, exterminando milhares de empregos.
Os dados mostraram que um novo confinamento imposto a 15 de Janeiro para fazer face ao que era então o pior surto de coronavírus do mundo teve um impacto no emprego em toda a nação dependente do turismo, com mulheres e aqueles que não possuem diplomas universitários entre os mais afectados.
Na região do Algarve, no Sul de Portugal, famosa pelas suas praias e campos de golfe, mas agora quase deserta, o número de desempregados registados aumentou de 74% para 33.458 no mês passado, de há um ano para cá, o que a tornou na região mais afectada, seguida de Lisboa.
A indústria do turismo, que estava em plena expansão antes do surto da COVID-19, desempenhou um papel crucial na recuperação da crise económica e da dívida de 2010. O sector sofreu os seus piores resultados desde meados da década de 1980, no ano passado. crise na história recente atingiu tão duramente a economia portuguesa, com o Produto Interno Bruto do país a diminuir 7,6% no ano passado, a sua maior quebra anual desde 1936.
Texto integral em inglês: Catarina Demony; Editado por Ingrid Melander, William Maclean; Traduzido para português por Patrícia Vicente Rua)