LISBOA, 20 Out (Reuters) - O número de pessoas registadas como desempregadas em Portugal saltou 36% em Setembro, face ao mesmo período do ano anterior, com a região do Algarve, dependente do turismo, a sofrer o golpe mais duro com a eliminação de milhares de empregos sazonais pelo coronavírus, segundo dados na terça-feira.
O total das pessoas oficialmente sem emprego aumentou para cerca de 410.000 pessoas, o que significa que mais de 100.000 empregos se perderam em todo o país desde Setembro de 2019, afirmou o Instituto para o Emprego e Formação Profissional.
Na região sul do Algarve, famosa pelas suas praias e campos de golfe, o número de desempregados registados subiu de 157% para 21.310 no mês passado, desde há um ano. indústria do turismo contribuiu com 14,6% para o produto interno bruto em 2018, de acordo com os últimos dados oficiais, e ajudou a conduzir a recuperação de uma grave crise da dívida em 2010-14.
O governo espera que a taxa de desemprego, que tinha caído gradualmente para níveis mínimos durante a recuperação, aumente para 8,7% este ano devido à pandemia, mas os especialistas dizem que o nível real de desemprego será muito mais elevado uma vez que a taxa oficial não inclui aqueles que deixaram de procurar emprego.
Portugal, uma nação com pouco mais de 10 milhões de pessoas, registou um nível relativamente baixo de 101.860 casos acumulados de coronavírus e 2.198 mortes. Mas, tal como na maioria dos países europeus, o número de infecções voltou a aumentar nas últimas semanas.
Na sexta-feira, Portugal atingiu 2.608 casos, o número mais alto desde o início da pandemia, embora os testes também tenham aumentado. Um conjunto de novas e mais rigorosas medidas para conter a doença entrou em vigor na semana passada. original em inglês: (Reportagem de Catarina Demony, traduzido para português por André Vitor Tavares em Gdansk Newsroom; Editado por Patrícia Vicente Rua em Lisboa)