LISBOA, 31 Mai (Reuters) - A economia portuguesa teve um crescimento homólogo de 2,8 pct no primeiro trimestre de 2017, a maior expansão numa década, apoiada no disparo das exportações, segundo o Instituto Nacional de Estatística, que manteve a sua estimativa rápida anterior.
O INE adiantou, nesta segunda leitura, que as exportações dispararam 9,7 pct em termos homólogos, de 6,6 pct no anterior, e cresceram 3,1 pct em cadeia, de 2,7 pct no trimestre anterior.
No primeiro trimestre as importações aumentaram 8 pct contra 7,7 pct no trimestre anterior.
"Esta evolução (homóloga do PIB) resultou do maior contributo da procura externa líquida, em consequência da aceleração mais acentuada das exportações de bens e serviços que a observada nas importações de bens e serviços", referiu o INE.
"A procura interna manteve um contributo positivo elevado, embora inferior ao do trimestre precedente, verificando-se uma desaceleração do consumo privado e uma aceleração do investimento".
Em cadeia, a economia de Portugal expandiu 1 pct. Nesta comparação, a procura externa líquida passou de um contributo negativo para positivo, refletindo o maior aumento das exportações face ao registado pelas importações.
"O contributo da procura interna diminuiu de forma expressiva devido, principalmente, ao contributo negativo da Variação de Existências", referiu o INE.
Acrescentou que o consumo privado e a formação bruta de capital fixo (FBCF) registaram crescimentos positivos embora menores que os observados no trimestre anterior. A FBCF, ou investimento, aumentou 5,5 pct em termos homólogos.
RISCO CAI
A percepção de risco de Portugal tem melhorado nos últimos meses, com a retoma a ganhar tracção e uma série de riscos políticos na Europa a desvanecerem.
Assim, a 'yield' das Obrigações do Tesouro de Portugal a 10 anos negoceia em mínimos de sete meses, em 3,08 pct.
A taxa de desemprego nos 19 países que partilham o euro recuou para 9,3 pct em Abril, o nível mais baixo em oito anos.
Na semana passada, o Ministro das Finanças disse que os últimos indicadores mostram que Portugal acelerou neste segundo trimestre e o PIB deverá ter um crescimento homólogo superior a 3 pct, sendo expectável que cresça claramente mais de 2 pct em 2017, superando a meta. mês, a Comissão Europeia propôs a saída de Portugal do Procedimento por Défices Excessivos, abrindo a porta a maior flexibilidade no cumprimento das regras orçamentais no futuro, apesar de ter deixado algumas recomendações.
O Governo visa cortar o défice para 1,5 pct do PIB em 2017 contra 2 pct em 2016 - o mais baixo desde 1975. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)