LISBOA, 30 Nov (Reuters) - A economia de Portugal cresceu em cadeia 0,8 pct no terceiro trimestre de 2016, com uma aceleração das exportações de bens e serviços, segundo o Instituto Nacional de Estatística, que manteve a sua estimativa rápida anterior.
O INE referiu, numa segunda leitura, que o Produto Interno Bruto (PIB) português cresceu 1,6 pct entre Julho e Setembro de 2016, comparando com o período homólogo de 2015, mantendo também a sua leitura anterior.
"O crescimento mais intenso do PIB refletiu sobretudo o aumento do contributo da procura externa líquida, que passou de 0,1 pontos percentuais (pp) no segundo trimestre para 0,7 ppem consequência da aceleração mais acentuada das exportações de bens e serviços comparativamente com a verificada nas importações de bens e serviços", explicou o INE.
"O contributo da procura externa líquida para a taxa de variação em cadeia do PIB foi positivo, devido ao aumento das exportações de bens e serviços e à diminuição das importações de bens e serviços, enquanto o contributo da procura interna foi negativo, refletindo principalmente a redução do Investimento", adiantou.
O investimento, no terceiro trimestre, registou uma redução mais acentuada que no trimestre anterior, refletindo o contributo negativo da variação de existências.
"A formação bruta de capital fixo (FBCF) teve uma variação negativa menos acentuada apesar do impacto negativo neste agregado macroeconómico da exportação de cerca de 70 milhões de euros de equipamento militar para a Roménia", explicou o INE.
"Por sua vez, a variação homóloga do consumo público passou de 0,7 pct no segundo trimestre para 0,5 pct, o que está associado em parte ao impacto da diminuição da duração do período normal de trabalho na Administração Pública de 40 para 35 horas semanais, que se traduziu num aumento do deflator da componente de remunerações e num efeito negativo em volume".
A procura interna registou um contributo negativo de 0,4 pp para a variação em cadeia do PIB, observando-se uma redução do investimento e do consumo público, enquanto as despesas de consumo final das famílias residentes aumentaram.
Ontem, a maioria de esquerda do Parlamento português aprovou o Orçamento de Estado (OE) para 2017 do Governo minoritário socialista, que aumenta pensões e elimina a sobretaxa de IRS, mas agrava os impostos indirectos, visando cortar o défice público para 1,6 pct do PIB no próximo ano contra 2,4 pct este ano.
O Governo socialista, que tem adoptado uma política de reposição de rendimentos das famílias, prevê que o PIB português cresça 1,2 pct em 2016, contra 1,6 pct em 2015, estimando uma expansão de 1,5 pct em 2017. (Por Daniel Alvarenga; Editado por Patrícia Vicente Rua)