LISBOA, 14 Ago (Reuters) - A economia portuguesa contraiu 13,9% em cadeia, no segundo trimestre de 2020, em resultado das restrições impostas pelo governo para conter a propagação do surto de coronavírus, embora ligeiramente menos do que a primeira estimativa oficial, de acordo com a segunda estimativa rápida do INE.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) disse que, entre Abril e Junho de 2020, o Produto Interno Bruto (PIB) teve uma queda de 16,3%, comparando com o mesmo período do ano passado.
"Refletindo o impacto económico da pandemia, o Produto Interno Bruto (PIB) registou uma forte contração em termos reais no 2º trimestre de 2020, tendo diminuído 16,3% em termos homólogos, após a redução de 2,3% no trimestre anterior", referiu.
Na primeira estimativa, divulgada a 31 de Julho, o INE anunciou uma contracção recorde do PIB de 14,1%, em termos trimestrais, e 16,5% em termos homólogos. resultados revêem em alta (0,2 pontos percentuais) as taxas de variação apresentadas no final do mês passado devido à integração de informação primária adicional, nomeadamente relativa ao comércio internacional de bens e serviços em junho".
Adiantou que "este resultado é explicado em larga medida pelo contributo negativo (-11,9 pontos percentuais) da procura interna para a variação homóloga do PIB, consideravelmente mais acentuado que o observado no trimestre anterior (-1,2 pontos percentuais), refletindo a expressiva contração do Consumo Privado e do Investimento".
"O contributo da procura externa líquida foi mais negativo no segundo trimestre (-4,4 pontos percentuais), traduzindo a diminuição mais significativa das Exportações de Bens e Serviços que a observada nas Importações de Bens e Serviços, devido em grande medida à quase interrupção do turismo de não residentes", frisou.
O Banco de Portugal prevê que o PIB contraia 9,5% em 2020, a maior recessão num século, enquanto o governo estima que caia apenas 6,9%. No ano passado, o PIB português cresceu 2,2%.
(Por Patrícia Vicente Rua e André Vítor Tavares, Gdansk Newsroom)