LISBOA, 1 Mar (Reuters) - O Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal cresceu 0,6 pct no quarto trimestre de 2016 face ao trimestre anterior, suportado pelo investimento que deixou de cair e teve um crescimento trimestral de 5 pct, disse o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O INE adiantou, numa segunda leitura, que o PIB português teve um crescimento homólogo de 2,0 pct entre Outubro e Dezembro de 2016, face aos 1,9 pct da sua estimativa rápida em 14 de Fevereiro, após os 1,7 pct revistos do terceiro trimestre.
Na estimativa rápida, o INE tinha previsto um crescimento em cadeia de 0,6 pct no quarto trimestre, que agora confirma, depois do PIB ter crescido 0,9 pct no terceiro trimestre face ao segundo.
"(Quanto ao crescimento em cadeia) o contributo da procura interna foi positivo, contrariamente ao observado no trimestre anterior, traduzindo, principalmente, a evolução do Investimento", afirmou o INE.
"Em sentido contrário, a procura externa passou a registar um contributo negativo, devido ao forte crescimento das Importações de Bens e Serviços", adiantou.
Explicou que "o contributo da procura interna passou de negativo, no terceiro trimestre (-0,3 pp), para positivo (1,6 pp), devido à evolução favorável de todas as componentes, com particular destaque para a expressiva recuperação do Investimento, que tiveram variações em cadeia de -2,9 pct e +5,0 pct nos terceiro e quarto trimestres, respetivamente".
"Em sentido oposto, a procura externa líquida apresentou um contributo negativo no quarto trimestre (-1,0 pp), após ter sido positivo no trimestre anterior (1,2 pp), com as Importações de Bens e Serviços a apresentarem um forte crescimento".
O Governo, que tem adoptado uma política de reposição do rendimento das famílias e apoio ao investimento empresarial, visando suportar a procura interna, previa que o PIB tivesse crescido 1,2 pct em 2016 e estima que cresça 1,5 pct em 2017, embora a Comissão Europeia (CE) aponte para 1,6 pct este ano.
"(Em termos anuais) o contributo da procura interna para a variação do PIB diminuiu, situando-se em 1,5 pontos percentuais (pp) em 2016 (2,6 pp em 2015), refletindo, principalmente, a redução do Investimento e, em menor grau, o ligeiro abrandamento do consumo privado", referiu o INE.
Adiantou que "a procura externa líquida passou de um contributo de -1,0 pp em 2015 para -0,1 pp, em resultado da desaceleração das Importações de Bens e Serviços, mais acentuada que a das Exportações de Bens e Serviços".
"Em termos nominais, o Saldo Externo de Bens e Serviços aumentou para 1,2 pct do PIB (0,7 pct em 2015), beneficiando dos ganhos de termos de troca registados em 2016, ainda que inferiores aos de 2015", explicou.
Em 15 de Fevereiro, o Governo reviu em baixa a previsão do défice público português em 2016 para um valor não superior a 2,1 pct do PIB, o mais baixo em 42 anos, face à anterior estimativa de igual ou inferior a 2,3 pct, que já estava duas décimas abaixo do exigido por Bruxelas. 2015, o défice português situou-se em 4,4 pct do PIB, penalizado pelo resgate do banco Banif, enquanto o Executivo prevê que o défice caia para 1,6 pct do PIB em 2017.
Portugal está a encaminhar-se para a saída do Procedimento por Défices Excessivos (PDE) em Abril, se mostrar uma correcção "clara e duradoura" do défice público em linha com as projecções da Comissão Europeia (CE), disse, na semana passada, o vice-presidente da Comissão Europeia (CE), Valdis Dombrovskis. comissário, que é o responsável pelo Euro e Estabilidade, lembrou que, as projecções de Inverno da Comissão Europeia (CE) apontam para um défice público de 2 pct do PIB em 2017 e 2,2 pct em 2018.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Patrícia Vicente Rua)