(Repete)
Por Patricia Vicente Rua
LISBOA, 11 Out (Reuters) - O Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Portugal terá tido uma subida mensal de 0,8 pct em Setembro último, influenciado pela introdução de novas colecções no vestuário e calçado, mas também pelo aumento do preço dos combustíveis, segundo a média de estimativas de três economistas.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga amanhã os dados da inflação do mês de Setembro de 2016.
"Subjacente ao aumento dos preços de 0,7 pct previsto para o mês de Setembro, deverão estar sobretudo factores com carácter sazonal, relacionados com a introdução das novas colecções de vestuário e calçado", explicou a economista-chefe do BPI.
Paula Carvalho adiantou ainda que "também se deverá verificar já alguma pressão ascendente sob os preços dos combustíveis, contribuindo para esta variação".
Para Rui Constantino, economista-chefe do Santander Totta, "a subida prevista de 1 pct dos preços, no mês de Setembro, reflecte em grande medida os efeitos sazonais de fim da época de saldos de Verão".
A média de estimativas destes economistas aponta para uma inflação mensal entre 0,7 pct e 1,0 pct, colocando a variação homóloga entre 0,6 pct e 1,0 pct e a variação média anual em 0,6 pct.
Também Filipe Garcia, presidente da IMF-Informação de Mercados Financeiros considera que "a entrada de novas coleções e a difusão da ligeira subida dos preços dos combustíveis, no final de agosto, deverão ter influenciado em alta os preços".
"Como é habitual, Setembro terá sido um dos dois meses do ano em que a inflação mensal é mais alta (o outro é Março)", acrescentou.
Durante o mês de Setembro, o preço do barril de Brent LCOc1 teve um aumento de cerca de 8 pct fechando nos 49,06 dólares, impulsionado pela perspectiva de um acordo entre os membros da OPEP para congelar a produção.
Este cartel, que engloba os principais países produtores, acabou por decidir um ligeiro corte no 'output', visando estabilizar o preço do barril, num contexto de excesso de oferta no mercado.
Nesta altura, os futuros do Brent LCOc1 e os do Crude CLc1 seguem a cair 1,15 pct para 49,42 dólares e 47,10 dólares o barril, respectivamente.
O barril do Brent segue hoje a cair 1.86 pct para 52,13 dólares, após ter fixado ontem máximos de um ano nos 53,73 dólares.
No anterior mês de Agosto, o IPC teve uma queda mensal inferior ao esperado, de 0,2 pct, reflectindo o período de saldos no vestuário e calçado, tendo a inflação homóloga fixado em 0,7 pct e a média dos últimos 12 meses em 0,6 pct. tabela com estimativas dos economistas: (em percentagem):
MENSAL HOMÓLOGA MÉDIA
BPI
+0,7
+0,6
+0,6 Informação Mercados Financeiros +0,7
+0,7
+0,6 Santander
+1,0
+1,0
+0,6
MÉDIA
+0,8
+0,8
+0,6
(Por Patrícia Vicente Rua; Editado por Sérgio Gonçalves)