NOVA IORQUE, 15 Fev (Reuters) - A administração norte-americana apresentou esta quarta-feira propostas de modificação ao Obamacare, com regras mais restritivas no acesso aos cuidados individuais de saúde, recebidas pelas seguradoras como um bom ponto de partida, embora outros agentes tenham admitido que tais mudanças poderão significar mais custos para os consumidores.
O presidente Donald Trump e congressistas do Partido Republicano prometeram revogar o Obamacare, a lei de saúde de 2010, um legado da presidência de Barack Obama, que estendeu o acesso à saúde a mais de 20 milhões de americanos. No entanto, os Republicanos ainda não se entenderam sobre um novo diploma.
A nova proposta de lei, emitida por um gabinete do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, estabelece mudanças que se destinam a fortalecer o sistema desenvolvido por Obama.
Porém, ainda não está claro que elementos do Obamacare irão sobreviver a esta revogação. Por agora, não há ideias claras na nova proposta sobre qual será a percentagem de apoio público para cada cidadão, tendo como base os rendimentos individuais.
As mudanças poderão tornar mais difíceis os processos de inscrição e permitiriam às seguradoras cobrar mais facilmente os prémios não pagos, tornando mais difícil para as pessoas entrar e sair dos planos de saúde. As seguradoras dizem que o sistema criou uma mistura não lucrativa de clientes saudáveis e de doentes.
Por outro lado, a administração recuou na implementação de uma supervisão mais rigorosa acerca da exigência de todos os americanos terem acesso a um seguro de saúde, algo que deveria já entrar em vigor na declaração de impostos de 2016.
O CEO da Aetna AET.N , Mark Bertolini, disse esta quarta-feira, durante um fórum do Wall Street Journal, que as mudanças no Obamacare criaram uma "espiral da morte", na qual o aumento dos prémios empurrou para fora do sistema os clientes mais saudáveis.
A Aetna deixou de disponibilizar novos planos para 2017. Esta empresa e a Anthem Inc. ANTM.N disseram que, sem novas mudanças, este ano não vão participar no plano. Já a Humana Inc (NYSE:HUM) HUM.N na terça-feira disse que iria afastar-se completamente do mercado em 2018. Versão completa em inglês: de Caroline Humer, com Susan Cornwell, Yasmeen Abutaleb e Michael Erman; traduzido por Daniel Lourenço em Gdynia; editado por Sérgio Gonçalves em Lisboa)