LONDRES, 15 Fev (Reuters) - As 'yields' das obrigações de Espanha sobem esta sexta-feira com o surgimento de novas eleições, enquanto as obrigações italianas foram prejudicadas devido à preocupação com a perspectiva dos 'ratings' do país, antes de uma análise da Fitch.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, convocou esta sexta-feira uma eleição antecipada para 28 de Abril, potencialmente provocando meses de incerteza na quarta maior economia da Zona Euro, onde o cenário político está cada vez mais fragmentado. 'yield' das obrigações espanholas a 10 anos manteve-se 2 pontos base mais alta, nos 1,26 pct ES10YT=RR após o anúncio, enquanto o seu 'spread' sobre a Alemanha melhor classificada foi o mais alto em cerca de um mês.
Analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS) disseram que, embora as hipóteses de deslizamento fiscal na Espanha parecessem mais altas do que antes, as perspectivas económicas pareciam sólidas e continuaram optimistas sobre os títulos do país no médio prazo.
"Os fundamentos macroeconómicos permanecem robustos em termos absolutos e relativos ao 'semi-core' - uma visão que não achamos ainda totalmente precificada pelo mercado", escreveu o estratega de taxas Robert Brown.
Ele disse que uma posição 'dovish' do Banco Central Europeu daria um amplo apoio à dívida periférica neste ano, à medida que os investidores procurassem 'yields' e o BCE tentasse conter a volatilidade.
O estratega de taxas do Rabobank, Lyn Graham-Taylor, disse que esperava uma ampliação do 'spread' à medida que a data das eleições se aproxima, particularmente à luz das iminentes eleições europeias.
"Se quisermos encurtar a Itália ou a Espanha, é muito caro do ponto de vista de quem possui, então as pessoas querem adiar por quanto tempo for possível", disse ele.
Ele acrescentou que as métricas de dívida da Espanha provavelmente sofrerão mais do que a Itália no caso de uma desaceleração económica mais ampla, porque apesar de ter um crescimento maior, seu governo não conseguiu reduzir sua dívida.
"As eleições podem ser uma fonte de volatilidade no curto prazo, mas não vejo como isso irá mudar o quadro geral", disse Jan von Gerich, estratega de taxas da Nordea.
As obrigações italianas foram as que apresentaram o pior desempenho do bloco, com as 'yields' a 10 anos a subirem 6,5 pontos-base, para 2,87 pct. IT10YT=RR
Texto integral em inglês: (Reportagem de Virginia Furness Traduzido para português por João Manuel Maurício, Gdynia Newsroom Editado em português por Gonçalo Almeida)