Investing.com – A divulgação das minutas da última reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos até poderia ter amparado as quedas, mas à espera da apresentação dos documentos, as praças europeias de referência terminaram a sessão no vermelho.
O corte de “rating” à dívida italiana terá tido maior impacto junto dos investidores, associado às notícias de abrandamento económico na China.
Em Lisboa, o PSI 20 terminou a sessão em contra-ciclo, valorizando 0,14% para os 5.534,62 pontos, com sete cotadas em alta e 13 cotadas em baixa. O Presidente da República ainda não aprovou a solução governativa apresentada pelos líderes do PSD e CDS para superar a crise política desencadeada com o pedido de demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros. Terminadas as audições com os parceiros sociais, aguarda-se uma decisão de Cavaco Silva.
Neste contexto, a Mota-Engil impulsionou o mercado português com uma subida de 6,67% para os 2,51 euros por ação. Também a animar a praça lisboeta, a EDP valorizou 2,39% para os 2,481 euros. A petrolífera Galp, que esteve a perder, terminou a jornada com uma alta de 0,17% para os 11,67 euros.
A pressionar o PSI 20 esteve o setor da banca. Destaque para o tombo de 16,67% do Banif para os 0,06 euros por ação. As incertezas com a reestruturação que continua a ser negociada em Bruxelas continuam a ter impacto na segunda fase do plano de capitalização do banco.
Os títulos do BES também escorregaram 0,48% para os 0,627 euros. Ao que tudo indica o banco está fora da corrida à compra do Banca della Svizzera Italiana, depois da seguradora Generali ter considerado “muito baixo” o valor da oferta apresentada.
Ainda no setor da banca, o BPI perdeu 1,4% para os 0,917 euros por ação. As ações do BCP foram exceção, ao subir 1,09% para os 0,093 euros, no dia em que a agência de notação Fitch manteve o “rating” “BB+” da dívida deste banco, da Caixa Geral de Depósitos, BPI e Santander Totta. A agência coloca os bancos em “outlook” negativo, deixando em aberto possíveis downgrades nos próximos meses.
Entre as restantes praças do velho continente, o dia foi dominado por uma maré vermelha, com o índice Eurostoxx 50 a cair 0,17% para os 2.659,71 pontos.
Itália destacou-se entre as congéneres europeias, com uma queda de 0,72%. A pressionar está o corte de rating à dívida do país por parte da agência de notação Standard&Poor’s. Hoje o Tesouro colocou uma emissão de 7 mil milhões de euros em dívida a um ano a um juro de 1,078%, acima dos 0,962 pagos no leilão realizado em junho. Outros 2.500 milhões de euros foram colocados em dívida a seis meses a uma taxa de juro de 0,599%.
O DAX alemão também perdeu 0,11%, no dia em que se colocaram 4.101,55 milhões de euros em dívida a dois anos a uma taxa de juro de 0,07%, inferior aos 0,18% pagos no anterior leilão desta maturidade em junho. Por outro lado, o Ministério alemão da Economia assegurou no relatório de julho que a economia do país cresceu “fortemente no segundo trimestre", depois de quase entrar em recessão nos primeiros três meses do ano.
As notícias de que as exportações e importações da China desceram em junho parecem ter pesado mais entre os investidores. O IBEX madrileno escorregou 0,25% e o FTSE londrino 0,12%. O CAC francês terminou a jornada ligeiramente abaixo da linha de água, a perder 0,08%. Atenas perdia 2,24%.
Do outro lado do Atlântico, as bolsas dos Estados Unidos iniciaram a sessão sem rumo, à espera da divulgação das minutas da última reunião da Reserva Federal, esta quarta-feira, e do discurso de Bem Bernanke. As minutas ajudarão os investidores a perceber a tendência do Fed em relação à economia e ao programa de compra de dívida.
À medida que a sessão avançava o índice industrial Dow Jones perdia 0,19% e o tecnológico Nasdaq subia 0,2%. O S&P 500 escorregava 0,13%.