🤑 Uma oportunidade única. Aproveite esta oferta de um desconto de 60% na Black Friday antes que desapareça...OBTER OFERTA

Centeno diz Portugal tem visar excedentes orçamentais sob pena voltar pagar juros altos

Publicado 24.04.2018, 12:15
© Reuters.  Centeno diz Portugal tem visar excedentes orçamentais sob pena voltar pagar juros altos
PT10YT=RR
-

Por Sergio Goncalves

LISBOA, 24 Abr (Reuters) - Portugal tem de superar o desafio de défices crónicos e atingir excedentes em dois anos para poder usar todos os instrumentos orçamentais se ocorrerem choques económicos adversos, sob pena do país voltar a pagar juros elevados, disse o ministro das Finanças, Mário Centeno.

O défice de Portugal de 2017 fixou-se em 3 pct do PIB incluindo a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, em cima do limite da União Europeia (UE), mas retirando este impacto extraordinário caiu para metade nos 0,92 pct - o mais baixo em mais de quatro décadas de democracia pelo segundo ano seguido.

No Programa de Estabilidade, que está a ser debatido no Parlamento, o Governo prevê um excedente de 0,7 pct do PIB em 2020, reforçando o 'superhavit' para 1,4 pct em 2021 e fixando-o em 1,3 pct em 2021.

"O desempenho económico e orçamental em 2017 permite que hoje possamos dizer que estamos melhor. Temos menos défice, mas ainda temos défice", disse Mário Centeno, que é também presidente do Eurogrupo, no Parlamento português.

"Os desafios do país têm de ser superados, construindo as condições para que no futuro possamos utilizar todos os instrumentos orçamentais disponíveis", disse o ministro, referindo à possibilidade do país poder usar uma política anti-cíclica, caso a economia seja afectada por choques adversos.

Os partidos euro-cépticos Bloco de Esquerda e Partido Comunista Português (PCP), que apoiam o Governo minoritário socialista, acusaram Mário Centeno de "obsessão pelo défice" já que não usa a folga gerada no Orçamento de 2018 para investir em serviços públicos como Saúde e Educação.

O Bloco de Esquerda e o PCP queriam que o Governo mantivesse a sua estimativa original de um défice de 1,1 pct para 2018 e usasse a diferença de 0,4 pontos percentuais ou 800 milhões de euros (ME) face à meta actual em despesa naqueles serviços.

NÃO HÁ FOLGA

"A verdade é que não há folga orçamental. Nós temos hoje menos 450 ME de juros pagos e menos 1.000 ME no fim do Programa de Estabilidade", disse.

"Mas, essa dimensão tem de ser acautelada porque senão tal como eles (juros altos) apareceram e desapareceram vão voltar a a aparecer", alertou o ministro das Finanças.

A 'yield' das Obrigações do Tesouro de Portugal a 10 anos PT10YT=TWEB seguem a negociar estáveis nos 1,70 pct, muito próximo de mínimos e abaixo dos 4,25 pct de Fevereiro de 2017.

"Ninguém controla o pagamento de juros e a taxa de juro que enfrenta. Portanto, nós temos de, muito cautelosamente, de forma muito equilibrada, incorporar essas excelentes notícias (descida yields) no nosso exercício orçamental e é exactamente isso que estamos a fazer em 2018 e 2019", disse Centeno.

Mário Centeno lembrou que "o valor do défice de 2017 é historicamente baixo em Portugal, mas é um valor normal na Europa".

"Em 2017, a larga maioria dos países da zona euro teve um défice mais baixo e a esmagadora maioria prevê um défice ainda mais baixo do que Portugal para 2018 e 2019", frisou.

REFORÇAR CONDIÇÕES

Sublinhou que "a sustentabilidade das políticas deve ser analisada, no âmbito do Programa de Estabilidade, numa lógica de equilibrio e de reforço das condições orçamentais".

"Nós não podemos garantir apenas a execução orçamental apenas de 2017 ou 2018. Temos de garantir a execução orçamental do futuro: todas as medidas que estamos a tomar têm de ter uma dimensão de futuro, que sejam sustentáveis", alertou o ministro.

Lembrou que, para o período deste Programa de Estabilidade, o Governo projecta "a convergência com a União Europeia, em que o esemprego continua sustentadamente a cair e com uma clara redução do endividamento público".

"O Programa de Estabilidade é a tradução fiel da palavra que tem caracterizado esta Legislatura: credibilidade".

"Credibilidade porque temos as contas certas; credibilidade por cumprimos as medidas que nos tínhamos proposto; credibilidade porque nunca antes o desempenho da economia beneficiou tantos e todos os portugueses", concluiu.

(Por Sérgio Gonçalves Editado por Patrícia Vicente Rua)

Últimos comentários

Divulgação de riscos: A realização de transações com instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve altos riscos, incluindo o risco de perda de uma parte ou da totalidade do valor do investimento, e pode não ser adequada para todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos tais como eventos financeiros, regulamentares ou políticos. A realização de transações com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir realizar transações com instrumentos financeiros ou criptomoedas, deve informar-se sobre os riscos e custos associados à realização de transações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente os seus objetivos de investimento, nível de experiência e nível de risco aceitável, e procurar aconselhamento profissional quando este é necessário.
A Fusion Media gostaria de recordar os seus utilizadores de que os dados contidos neste website não são necessariamente fornecidos em tempo real ou exatos. Os dados e preços apresentados neste website não são necessariamente fornecidos por quaisquer mercados ou bolsas de valores, mas podem ser fornecidos por formadores de mercados. Como tal, os preços podem não ser exatos e podem ser diferentes dos preços efetivos em determinados mercados, o que significa que os preços são indicativos e inapropriados para a realização de transações nos mercados. A Fusion Media e qualquer fornecedor dos dados contidos neste website não aceitam a imputação de responsabilidade por quaisquer perdas ou danos resultantes das transações realizadas pelos seus utilizadores, ou pela confiança que os seus utilizadores depositam nas informações contidas neste website.
É proibido usar, armazenar, reproduzir, mostrar, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos neste website sem a autorização prévia e explicitamente concedida por escrito pela Fusion Media e/ou pelo fornecedor de dados. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados pelos fornecedores e/ou pela bolsa de valores responsável pelo fornecimento dos dados contidos neste website.
A Fusion Media pode ser indemnizada pelos anunciantes publicitários apresentados neste website, com base na interação dos seus utilizadores com os anúncios publicitários ou com os anunciantes publicitários.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que há qualquer discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.