PEQUIM, 6 Mar (Reuters) - A China reduziu a sua meta de crescimento para este ano, enquanto a segunda maior economia do mundo faz reformas dolorosas para enfrentar uma rápida acumulação de dívidas e cria proteções contra os riscos financeiros.
A China pretende expandir a sua economia em cerca de 6,5 por cento, disse o primeiro-ministro Li Keqiang no seu relatório de trabalho na abertura da reunião anual do Parlamento no domingo.
A meta, que a Reuters havia noticiado exclusivamente, citando fontes em janeiro, é realista e ajudará a orientar e estabilizar as expectativas, disse Li.
A China definiu uma meta de 6,5 a 7 por cento no ano passado e, por fim, alcançou um crescimento de 6,7 por cento, apoiado em empréstimos bancários recordes, um 'boom' especulativo na habitação e milhares de milhões de investimentos governamentais.
Mas, como o governo se move para 'esfriar' o mercado imobiliário, retardar novos créditos e apertar as cordas da bolsa, a China terá que depender mais do consumo interno e do investimento privado para o crescimento. Tal como em 2016, a China não estabeleceu um objectivo para as exportações, destacando a perspectiva global incerta.
"Os desenvolvimentos tanto dentro como fora da China exigem que estejamos prontos para enfrentar situações mais complicadas e mais graves", disse Li, acrescentando que o crescimento mundial permaneceu lento, enquanto a desglobalização e o protecionismo estavam a acelerar.
(Reportagem de Kevin Yao e Xiaochong Zhang; Traduzido para português por Sérgio Gonçalves; editado em português por Patrícia Vicente Rua)