LISBOA, 30 Mar (Reuters) - O ministro das Finanças dará amanhã todas as explicações sobre a venda do 'good bank' Novo Banco, disse a ministra da Presidência do Conselho de Ministros, frisando que fechar este dossier é do interesse do Governo e da estabilidade financeira.
O primeiro ministro português António Costa disse anteontem que espera que a venda do 'good bank' Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star seja concluída esta semana. essa questão específica amanhã o ministro das Finanças dará todas as explicações relativas ao processo de venda do Novo Banco", disse a ministra da Presidência, quando perguntada sobre se o Conselho de Ministros tinha analisado hoje a venda deste banco de transição.
"Esperemos que esta questão fique fechada muito em breve. Creio que temos todos interesse em que isso aconteça. Todos são o Governo, os contribuintes, o país em geral (pois) a estabilidade financeira do país é um bem precioso", adiantou Maria Manuel Leitão Marques.
A 24 de Março, o ministro das Finanças Mário Centeno disse que as negociações para a venda do 'good bank' Novo Banco à Lone Star estão a correr a "bom ritmo" e há condições para se chegar a acordo. Fevereiro, o Banco de Portugal (BP) recomendou ao Governo a selecção do potencial investidor Lone Star para uma fase definitiva de negociações exclusivas para lhe vender o Novo Banco, o 'bridge bank' que emergiu dos escombros do Banco Espírito Santo (BES), que foi alvo de uma resolução em 2014.
Recentemente, fontes disseram à Reuters que as negociações para a venda do Novo Banco estão na recta final e o fundo norte-americano Lone Star propõe injectar até 1.000 milhões de euros (ME) no capital para assegurar 75 pct do capital.
Uma fonte disse que o preço inicial será "quase irrelevante já que a acção principal será a injeção de 1.000 ME".
Outra fonte afirmou que os restantes 25 pct 'públicos' serão para alienar depois, havendo um compromisso com a DGComp de venda do Novo Banco até Agosto de 2017, embora houvesse dúvidas sobre se o sentido do acordo era a venda de 100 pct do perímetro dos seus activos, que implicaria não retalhar o banco, ou 100 pct do capital.
Explicou que as negociações com Bruxelas envolviam ainda resolver a questão de saber onde ficam os 25 pct 'públicos', se permanecem no Fundo de Resolução ou em outra entidade pública, desde que se evitem eventuais impactos orçamentais futuros.
As Finanças anunciaram a 21 de Março que os mais de 4.000 milhões de euros (ME) de empréstimos do Tesouro ao Fundo de Resolução (FR) foram estendidos em quase 30 anos para 2046, uma medida que é vista anteceder a venda do Novo Banco pois permite aos bancos manterem as actuais contribuições para o FR.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Daniel Alvarenga)