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Moody's vê Portugal à beira de 'investment grade'

Publicado 08.02.2018, 13:31
Atualizado 08.02.2018, 13:40
© Reuters.  Moody's vê Portugal à beira de 'investment grade'
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Por Sergio Goncalves e Andrei Khalip

LISBOA, 8 Fev (Reuters) - A Moody's vê Portugal à beira de 'investment grade', com o país a confirmar as expectativas positivas, mostrando resiliência na retoma económica e uma performance orçamental melhor do que se previa, disse à Reuters Evan Wohlmann, vice-presidente do 'Sovereign Risk Group' da Moody's.

Actualmente, a Moody's é a única das três maiores agências de 'rating' que ainda tem Portugal na categoria de "lixo", estando previsto que faça uma nova análise em Abril.

Evan Wohlmann referiu que, quando a Moody's estabeleceu a 'perspectiva positiva' em Setembro, baseou-a em melhorias económicas, resiliência da recuperação, condições orçamentais, frisando: "vemos os riscos para o lado positivo".

Explicou que, desde então, se viu "o investimento - a peça em falta do puzzle - a começar a contribuir para a recuperação, o desempenho orçamental ultrapassou as expectativas" (...), mas também condições cíclicas mais dinâmicas".

E o país tem uma "liquidez robusta para os riscos de mercado".

"Tivemos uma quantidade de expectativas quando estabelecemos a perspectiva (positiva), como a recapitalização dos maiores bancos do sistema continuaria, e vimos isso confirmado", disse.

"Agora, se olharmos os desenvolvimentos desde Setembro, eu diria que eles estavam de acordo com nossas expectativas até agora", afirmou, após ter feito uma apresentação com um sub-título 'Portugal à beira do grau de investimento'.

Ontem, o ministro das Finanças, Mário Centeno, disse que Portugal ganhou credibilidade internacional e o actual maior ritmo de crescimento do século é sustentável, sendo suportado por um sistema financeiro que está estabilizado mas ainda tem de enfrentar o desafio do crédito malparado.

Segundo o Orçamento de Estado de 2018, o crescimento é visto desacelerar para 2,2 pct este ano, contra 2,6 pct no ano passado. O défice deverá descer para 1,1 pct em 2018, o mais baixo em mais de 40 anos de democracia pelo terceiro ano consecutivo, versus em redor de 1,2 pct em 2017.

DÍVIDA ALTA

Evan Wohlmann lembrou que o que a Moody's "procura para tomar uma decisão sobre um 'upgrade' do 'rating' é uma confirmação adicional de que esses desenvolvimentos económicos e orçamentais podem ser sustentados e apoiarão uma tendência de queda constante, mas gradual, do fardo da dívida".

A Moody's fará uma análise de médio prazo e "precisa de ter confiança de que a performance será sustentada não só pelo resto de 2018", tendo a perspectiva de resolver o 'outlook' a entre 12 e 18 meses.

Um dos ingredientes será a carga da dívida diminuir, mas não será o único e há outros: "o crescimento continuar a ser de base ampla, que a consolidação fiscal continua se mantém, que os orçamentos estruturais continuam a apoiar a consolidação orçamental".

"O maior risco para a economia portuguesa continua a ser a elevada dívida. A capacidade de absorver choques é muito menor do que seria se a carga da dívida fosse menor, o espaço orçamental é menor".

O Governo estima que a dívida se tenha situado em redor de 126 pct do PIB em 2017 e a Moody's prevê que caia para 119 pct em 2021.

Evan Wohlmann salientou que se viu uma maior resiliência do perfil da dívida, com o alongamento dos prazos de vencimento, substituição de dívida mais cara, com manutenção de 'cash buffers'.

"Significa que o canal de risco de taxa de juros é menor agora do que um risco económico ou orçamental. O principal risco para nós é se existir um choque económico ou orçamental", disse.

Lembrou que já houve uma redução acentuada das compras de dívida portuguesa pelo Banco Central Europeu (BCE)em 2017 e "em janeiro, o BCE comprou 10 pct menos".

"As condições (de financiamento) têm sido muito favoráveis ao manter os taxas baixas, embora o BCE tenha reduzido as compras - foi testado até certo ponto", afirmou.

"O risco de taxas de juros mais altas é relativamente baixo", disse, recordando que as taxas das obrigações portuguesas permanecem mais sensíveis às mudanças no sentimento dos investidores do que outros países periféricos.

Explicou, contudo, que há "uma série de melhorias económicas e orçamentais, que são parte da equação para o sentimento dos investidores para manterem os 'yields' relativamente baixos".

E, no sector bancário, os riscos de passivos contingentes diminuíram, após terem sido dos mais agudos. (Por Sérgio Gonçalves e Andrei Khalip; Editado por Daniel Alvarenga)

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