(Acrescenta citações do Primeiro-Ministro, background)
Por Sergio Goncalves
LISBOA, 22 Set (Reuters) - O Primeiro-Ministro socialista está confiante que Portugal cortará, "com conforto", o défice público para um nível inferior aos 2,5 pct do PIB de meta imposta por Bruxelas para 2016.
No debate parlamentar, António Costa referiu que o Governo escolheu "construir um país com maior igualdade para interromper a catástrofe social dos últimos anos" de governação do anterior Executivo de centro-direita.
Lembrou que o Governo socialista quer continuar a sua política, nomeadamente de repôr rendimentos das famílias, pôr fim à sobretaxa de IRS, repôr salários dos funcionários públicos, e iniciando o aumento progressivo do salário minimo nacional.
"Ao contrário do que alguns vaticinavam, que este caminho não era impossível, pelo contrário tem sido possivel", afirmou o Primeiro-Ministro, lembrando que "o indicador de clima económico melhorou desde inicio do ano" e que há também sinais de um consolidar do crescimento, após este ter desacelerado desde meados do ano passado.
"Teremos uma redução do défice público que de acordo com todas as previsoes (...) ficará claramente abaixo dos 3 pct e, com conforto, estamos confiantes, será mesmo inferior a 2,5 pct", referiu António Costa.
"Queremos uma redução sustentada do défice e da dívida, mas assegurar um princípio de justiça fundamental: quem mais tem, mais paga", acrescentou o Primeiro-Ministro.
Realçou que o Governo está a ser "fiel ao seu programa de Governo, fiel aos compromissos assumiu com os partidos e aos compromissos europeus".
"Prometemos uma alternativa que respeitasse o nosso programa, as posições da maioria que apoia o Governo e os compromissos internacionais do nosso país - e é isso que estamos a cumprir, contrariando todos os catastrofismos semanais de quem já mais nada tem para dar, do que esperar o falhanço do país".
O défice público de 2015 fixou-se nos 3,2 pct, ou 4,4 pct tendo em conta a injecção no Banif.
O Governo socialista, apesar de já ter admitido uma revisão em baixa, ainda não alterou a sua previsão de um crescimento económico de 1,8 pct em 2016, face aos 1,5 pct de 2015, mas o FMI reiterou a sua projecção de uma expansão de apenas 1 pct, e prevê uma ténue aceleração para somente 1,1 pct em 2017. que ainda há muito a fazer. Depois do tempo das urgências, é agora o tempo de vencer os bloqueios estruturais ao nosso desenvolvimento", disse António Costa, destacando os pilares do programa nacional de reformas, elogiado por Bruxelas.
O Primeiro-Ministro realçou ainda que o Governo socialista está a fazer a estabilização do sector bancário e a acelerar a execução dos fundos estruturais, que são cruciais para fomentar o investimento produtivo na economia. (Por Sérgio Gonçalves; Editado por Shrikesh Laxmidas)