LISBOA, 29 Mai (Reuters) - O Parlamento de Portugal rejeitou na terça-feira uma lei que legalizaria a eutanásia voluntária para pacientes terminais no país de maioria católica por uma margem estreita, mas garantiu o apoio suficiente para assegurar o debate contínuo sobre o assunto.
O projecto, redigido pelos socialistas no poder, rendeu 110 votos no parlamento de 230 cadeiras, mas foi derrotado por 115 opositores, com 4 abstenções, depois de um acalorado debate e uma votação que exigiu que cada deputado declarasse a sua posição.
Antes, algumas centenas de pessoas de todas as idades - principalmente de grupos religiosos e escolas católicas - haviam protestado em frente ao prédio do parlamento, gritando "Sim à vida, não à eutanásia!" e carregando cartazes "Exigimos cuidados paliativos para TODOS", ou "A eutanásia é uma receita para o abuso de idosos".
O projecto de lei Socialista previa a legalização para a morte assistida com base em uma solicitação informada de pacientes que sofrem profundamente de uma doença grave e incurável, sem melhora esperada à vista, num estado terminal ou sofrendo de uma lesão amplamente incapacitante.
(Reportagem de Andrei Khalip) (Traduzido para português por Sérgio Gonçalves)