LISBOA, 20 Jun (Reuters) - O Tesouro português colocou 1.250 milhões de euros (ME) de Bilhetes do Tesouro a três e 11 meses, com a taxa da maturidade mais curta um pouco menos negativa e a da mais longa levemente mais negativa, face ao anterior leilão, ainda a aproveitar a abundante liquidez gerada pela política monetária ultra-relaxada do BCE, num contexto de percepção de baixo risco de Portugal, segundo o IGCP.
O BCE anunciou na semana passada que iria colocar um ponto final no programa de compra de activos no final deste ano, mas sublinhou que as taxas de juro se iriam manter em mínimos até ao Verão de 2019.
A três meses a taxa média ponderada foi -0,399 pct, face a -0,430 pct na anterior emissão comparável a 18 de Abril. Na maturidade a 11 meses, a 'yield' fixou-se nos -0,290 pct, contra -0,272 pct no último leilão comparável.
O IGCP anunciou que Portugal colocou 950 ME no prazo mais longo e 300 ME no mais curto. O montante indicativo global das duas emissões situava-se entre 1.000 e 1.250 ME.
A procura na maturidade mais curta foi 2,93 vezes contra 3,10 vezes no leilão anterior e na mais longa superou a oferta em 2,08 vezes versus 1,65 vezes.
No mercado secundário, a 'yield' das Obrigações do Tesouro de Portugal a 10 anos PT10YT=TWEB segue a negociar nos 1,751 pct, contra 1,757 pct no fecho anterior.
Portugal está a passar pela sua fase de crescimento mais forte desde o início do século, tendo o Produto Interno Bruto (PIB) crescido 2,7 pct em 2017, acima dos 2,6 pct previstos pelo Governo e contra 1,5 pct em 2016.
Neste programa, o Governo estima que a economia portuguesa cresça 2,3 pct tanto em 2018 como em 2019 e em 2020, projectando crescimentos de 2,2 pct em 2021 e 2,2 pct em 2022.
O país vai aproveitar o crescimento da economia e manter a 'mão forte' na redução do défice nos próximos dois anos, prevendo cortá-lo para 0,2 pct do PIB em 2019 contra 0,7 pct revistos em 2018 e visando excedentes a partir daí, segundo o Programa de Estabilidade.
No Programa de Estabilidade, o Governo prevê que Portugal tenha um excedente de 0,7 pct do PIB em 2020, reforçando o 'superhavit' para 1,4 pct em 2021 e fixando-o em 1,3 pct em 2021. (Por Patrícia Vicente Rua Editado por Sérgio Gonçalves)