LISBOA, 16 Mai (Reuters) - O Tesouro português colocou 1.750 milhões de euros (ME) de Bilhetes do Tesouro a seis e 12 meses a taxas um pouco menos negativas, face ao anterior leilão comparável, mas a aproveitar ainda a abundante liquidez gerada pela política monetária ultra-relaxada do Banco Central Europeu (BCE), num contexto de percepção de baixo risco de Portugal, segundo o IGCP.
A 12 meses, a 'yield' fixou-se nos -0,272 pct, contra -0,389 pct na anterior emissão comparável. A seis meses a taxa média ponderada foi -0,351 pct, face a -0,424 pct.
O IGCP anunciou que Portugal colocou 1.250 ME no prazo mais longo e 500 ME no mais curto. O montante indicativo global das duas emissões situava-se entre 1.500 e 1.750 ME.
A procura na maturidade mais longa foi 1,65 vezes contra 1,79 vezes no leilão anterior e a seis meses superou a oferta em 1,73 vezes versus 3,0 vezes.
A 'yield' das Obrigações do Tesouro de Portugal a 10 anos PT10YT=TWEB segue a negociar nos 1,77 pct, contra 1,74 pct no último fecho.
A 16 de Abril, Portugal anunciou que vai aproveitar o crescimento da economia e manter a 'mão forte' na redução do défice nos próximos dois anos, prevendo cortá-lo para 0,2 pct do PIB em 2019 contra 0,7 pct revistos em 2018 e visando excedentes a partir daí, segundo o Programa de Estabilidade.
No Programa de Estabilidade, o Governo prevê que Portugal tenha um excedente de 0,7 pct do PIB em 2020, reforçando o 'superhavit' para 1,4 pct em 2021 e fixando-o em 1,3 pct em 2021.
Portugal está a passar pela sua fase de crescimento mais forte desde o início do século, tendo o Produto Interno Bruto (PIB) crescido 2,7 pct em 2017, acima dos 2,6 pct previstos pelo Governo e contra 1,5 pct em 2016.
Neste programa, o Governo estima que a economia portuguesa cresça 2,3 pct tanto em 2018 como em 2019 e em 2020, projectando crescimentos de 2,2 pct em 2021 e 2,2 pct em 2022.
Ontem, o Instituto Nacional de Estatística anunciou que a economia portuguesa cresceu 0,4 pct primeiro trimestre de 2018, face ao quarto trimestre de 2017, quando tinha crescido 0,7 pct, com as importações a aumentarem menos do que as exportações, mas com o investimento a manter-se robusto.
(Por Patrícia Vicente Rua Editado por Sérgio Gonçalves)