Por Valerie Volcovici e Timothy Gardner
WASHINGTON, 28 Mar (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, irá assinar nesta terça-feira um decreto para revogar uma série de regulamentações contra as alterações climáticas adoptadas pelo seu antecessor, Barack Obama.
O novo decreto presidencial é uma medida concebida para fortalecer a geração de energia doméstica e criar empregos, mas os ambientalistas dizem que é perigoso e prometeram combatê-lo nos tribunais.
O principal alvo do decreto é o Plano de Energia Limpa de Obama, que exige que os Estados eliminem as emissões de carbono das unidades de energia --um elemento crítico para ajudar os EUA a cumprirem os seus compromissos do acordo climático global firmado por quase 200 países em Paris em Dezembro de 2015.
O decreto também irá rescindir uma proibição à exploração de carvão em terras federais, reverter regras para a contenção de emissões de gás metano resultantes da produção de gás e petróleo e reduzir o peso das mudanças climáticas nas avaliações federais de novas regulamentações.
Trump tem vindo a assinalar as mudanças e afirmou que reverter a regulamentação ecológica irá alavancar a produção de gás, petróleo e carvão e gerar milhares de empregos, sem prejudicar a qualidade do ar e da água do país.
"Iremos seguir numa direção diferente", disse uma autoridade de alto nível da Casa Branca aos repórteres antes do decreto desta terça-feira. "O governo anterior desvalorizou os trabalhadores com as suas políticas. Podemos proteger o meio ambiente e também proporcionar trabalho às pessoas."
Analistas e executivos do sector energético questionaram se as medidas terão um grande efeito nas suas indústrias e ambientalistas classificaram-nas como negligentes.
"Não sei dizer quantos empregos o decreto presidencial irá criar, mas posso dizer que ele proporciona confiança no compromisso deste governo com a indústria do carvão", disse o presidente da Associação de Carvão do Kentucky, Tyler White, à Reuters.
Trump irá assinar a medida na Agência de Proteção Ambiental ao lado de seu director, Scott Pruitt, o secretário do Interior, Ryan Zinke, e o secretário de Energia, Rick Perry, na tarde desta terça-feira.
Abrangente, o decreto é o mais ousado da iniciativa mais ampla de Trump de reduzir a regulamentação ambiental para ressuscitar as indústrias de perfuração e mineração, uma promessa que ele reiterou durante a campanha presidencial.
Grupos ambientalistas, porém, repudiaram o decreto presidencial.
"Estas acções são uma agressão aos valores americanos e ameaçam a saúde, a segurança e a prosperidade de cada americano", disse o ativista ambientalista bilionário Tom Steyer, diretor do grupo NextGen Climate. (Traduzido para português por Sérgio Gonçalves; Editado em português por Daniel Alvarenga)