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A escassez de medicamentos está na origem da morte iminente das farmácias comunitárias na Alemanha

Publicado 21.06.2023, 11:01
© Reuters.  A escassez de medicamentos está na origem da morte iminente das farmácias comunitárias na Alemanha

As farmácias têm vindo a encerrar a um ritmo alarmante nos últimos anos, na Alemanha, de acordo com dados da Associação Federal de Farmacêuticos Alemães (ABDA).

"Neste momento, temos o número mais baixo de farmácias desde o início dos anos 80", disse Christian Splett, porta-voz da ABDA, à Euronews.

O número de farmácias no país tem vindo a diminuir desde há algum tempo, mas o declínio acentuou-se no último ano. No final de 2022, havia pouco mais de 18 mil abertas, menos 2.800 do que há uma década, de acordo com o jornal The Frankfurter Allgemeine Zeitung.

É uma situação que está a deixar muitos alemães sem uma ligação crucial ao sistema de saúde, especialmente nas zonas rurais, uma vez que os farmacêuticos são frequentemente os primeiros especialistas a quem as pessoas pedem ajuda.

"Os farmacêuticos desempenham uma função fundamental também no sistema de saúde, que não se pode medir pela quantidade de medicamentos que vendem", afirmou Splett. "São o primeiro ponto de contacto para os doentes que não têm a certeza se devem consultar um médico ou que medicamentos podem tomar. E isso é importante", sublinhou.

Porque é que isto está a acontecer?

De acordo com a ABDA, há várias razões para o encerramento de farmácias a um ritmo sem precedentes, mas a principal é que parece não haver grande futuro para os jovens farmacêuticos no setor das farmácias comunitárias - uma componente importante do sistema de saúde alemão.

"Se perguntarmos aos jovens farmacêuticos, eles dizem que não há perspetiva económica, porque o governo não quer investir dinheiro no sistema", disse Splett à Euronews. "Mas também há muita burocracia, muitos procedimentos burocráticos quando se gere uma farmácia ou se lida com as companhias de seguros de saúde, que desencorajam os jovens profissionais", acrescentou.

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Isto leva a que muitas farmácias na Alemanha fechem porque os proprietários com 65 ou 70 anos não consegue encontrar um sucessor.

Outro problema é o facto de a indústria farmacêutica privada pagar aos seus funcionários muito mais dinheiro do que qualquer farmácia comunitária. Na Alemanha, e o rendimento das farmácias comunitárias é determinado principalmente pelas despesas do seguro de saúde obrigatório. "Esta é uma das razões pelas quais os protestos estão a decorrer, para aumentar este rendimento", disse Splett.

Mas todas as outras questões podem ser relacionadas com um trio de problemas fundamentais que surgiram recentemente no país: a escassez de medicamentos devido ao aumento da procura e da redução da oferta, exacerbada pelo impacto persistente da pandemia, o aumento da inflação e a crise energética.

De acordo com a base de dados nacional oficial da PharmNet.Bund, que monitoriza o fornecimento de medicamentos na Alemanha, mais de 400 medicamentos estão identificados como "não disponíveis".

Esta escassez está a custar às farmácias comunitárias uma quantidade significativa de tempo e dinheiro, uma vez que os farmacêuticos procuram formas alternativas de servir os seus pacientes.

"Este tempo não é remunerado, ninguém paga por este tempo extra. E é muita burocracia. Mesmo que encontremos medicamentos alternativos, temos de fornecer uma grande quantidade de documentação para provar ao seguro de saúde obrigatório que escolhemos a opção mais próxima da mais barata disponível", afirmou Splett.

Como resolver o problema?

No dia 14 de junho, milhares de farmácias em todo o país fecharam as portas durante o dia para protestar contra a situação cada vez mais difícil em que são obrigadas a trabalhar.

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Os trabalhadores pedem que o governo aumente o valor que lhes é pago por cada medicamento que vendem, passando de 8,35 euros para 12 euros, o que refletiria a subida recente da inflação.

As farmácias foram "dissociadas do desenvolvimento económico geral", disse a ABDA, o que "já não é apenas injusto, mas também uma ameaça existencial".

Splett disse que os farmacêuticos estão a tentar convencer o governo de que as coisas precisam de mudar, pelo menos enquanto o país estiver a enfrentar a escassez de medicamentos.

Mas o ministro alemão da Saúde, Karl Lauterbach, rejeitou o pedido dos farmacêuticos para receberem mais dinheiro, dizendo que não há fundos adicionais para satisfazer os pedidos do pessoal.

Embora os farmacêuticos estejam frustrados com a situação atual, são inevitavelmente os doentes que acabam por sofrer mais.

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