Os cientistas estão a defender um grande ensaio clínico sobre a taurina, depois de se comprovar que retarda o processo de envelhecimento e prolonga a vida útil dos ratos em até 10%.
O micronutriente pode ser encontrado naturalmente em carnes, peixes e laticínios, mas também é usado principalmente em bebidas energéticas com cafeína.
Depois de ver os resultados que o uso de taurina teve em ratos, os investigadores gostariam agora de progredir nas pesquisas em seres humanos.
O que é taurina?
A taurina é um químico que faz parte de um grupo conhecido como aminoácidos. Está presente em alimentos com proteínas, como produtos de origem animal. É um dos micronutrientes que suporta a função celular e ajuda especialmente na produção de energia.
Faz isso ao apoiar a saúde das mitocôndrias nas células, que são responsáveis por carregar as células com energia.
Como é que os cientistas acreditam que a taurina afeta o envelhecimento?
Durante a experiência, cientistas da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, nos EUA, administraram uma dose diária de taurina a ratos.
Os resultados foram publicados no Journal of Science e mostraram que a esperança de vida dos ratos machos aumentou 10% tomando o suplemento, enquanto entre as fêmeas aumentou aproximadamente 12%.
Esta melhoria da esperança de vida também se verificou entre os macacos e vermes.
Como parte do projeto, os investigadores analisaram 12 mil pessoas e descobriram que aquelas que apresentavam mais taurina no sangue eram, em geral, mais saudáveis.
Mas o que há na taurina que leva os cientistas a considerá-la "um elixir da vida”?
A taurina é algo que ocorre naturalmente no corpo humano, mas à medida que envelhecemos, os níveis diminuem naturalmente.
“A abundância de taurina diminui com a idade e a reversão desse declínio faz com que os animais tenham uma vida mais longa e saudável”, disse Vijay Yadav, que liderou a equipa de investigação no Irving Medical Center de Columbia.
“No final das contas, estas descobertas devem ser relevantes para os humanos.”
Yadav e a equipa notaram pela primeira vez a taurina como um potencial catalisador do envelhecimento há mais de uma década, quando descobriram que o homem médio de 60 anos exibe níveis de taurina medindo apenas um terço daqueles que podem ser encontrados em uma criança de 5 anos.
Mas agora, ainda há muito trabalho a desenvolver para perceber completamente como é que a taurina pode afetar o envelhecimento.
É importante ressalvar que, embora os testes em humanos ainda não tenham começado, os investigadores da Universidade de Columbia aconselham as pessoas a não aumentar proativamente a sua taurina para combater o envelhecimento até se saber mais.
É preciso um estudo mais amplo para determinar os prós e os contras de uma alta ingestão de taurina.
Em entrevista à BBC, Yadav recusou revelar se ele mesmo toma ou não suplementos de taurina, dizendo: "vamos esperar que os ensaios clínicos sejam concluídos antes de recomendar à população em geral ir até à prateleira de um supermercado comprar taurina."