Com o setor da aviação paralisado, as companhias aéreas europeias procuraram apoios junto dos governos, mas os ativistas climáticos querem perceber quais são as condições. Organizações internacionais como a Transport & Environment, a Greenpeace e a Carbon Market Watch dizem que as companhias aéreas europeias solicitaram apoio governamental no valor de 12,8 mil milhões de euros sem condições ambientais vinculativas.
O dinheiro dos resgates deve vir com condições estritas, para que as companhias aéreas não nos encaminhem para outra crise de COVID-19, enquanto ainda estamos a lidar com a atual. É preciso proporcionar condições ambientais a estas empresas para que, quando sairmos desta crise de Coronavírus - e, mais cedo ou mais tarde, espero que sim - possamos enfrentar a próxima crise que são as alterações climáticas. Não estamos a dizer que as companhias aéreas não devem receber dinheiro. O que estamos dizer é que deve ser algo justo e sustentável.Faiza Oulahsen Greenpeace
Os vôos domésticos em todo o mundo caíram 70% e recuperar a confiança dos passageiros será crucial. O setor da aviação apresenta perdas de quase 300 mil milhões de euros e o regresso à normalidade nos transportes aéreos prevê-se lento.
O compromisso pela sustentabilidade permanece, é um compromisso a longo prazo. E a crise não vai alterar fundamentalmente esse compromisso. É preciso avaliar a situação extraordinária desta crise. E é preciso garantir que as companhias aéreas saem dela o mais rápido possível, para que possam começar a operar normalmente, dentro do possível. Nessa situação, poderão comprometer-se com suas obrigações de sustentabilidade. Obrigações feitas em tempos normais, portanto, primeiro é preciso voltar às circunstâncias normais.Thomas Reynaert Diretor - AIRLINES FOR EUROPE
Segundo a IATA, 25 milhões de empregos no setor da aviação estão em risco - 5 milhões e 600 mil postos de trabalho estão em território europeu.