A Uber (NYSE:UBER) revolucionou o mercado do transporte privado mas a revolução nunca chegou aos direitos dos seus trabalhadores. Pouco a pouco, no entanto, vão ganhando algumas batalhas e desde esta semana que os funcionários da empresa no Reino Unido podem ser representados por um sindicato.
O contrato coletivo de trabalho assinado com o sindicato GMB garante proteção aos mais de setenta mil motoristas da Uber no país mas não abrange os mais de trinta mil estafetas da plataforma Uber Eats.
O acordo surge dois meses depois da gigante do transporte privado ter sido obrigada pela justiça britânica a reconhecer o estatuto de assalariado aos seus motoristas, em vez de simples trabalhadores independentes, e a garantir-lhes "regalias" como salário mínimo ou férias remuneradas.
Direitos básicos, mas que nem por isso são assegurados pela Uber, até porque a decisão judicial pode ter várias interpretações, o que deixa antever uma nova batalha nos Tribunais.
James Farrar, do Sindicato dos motoristas e estafetas de aplicações (ADCU), explica que "a Uber não respeita a decisão de pagar pelo menos o salário mínimo por cada hora que os motoristas estão disponíveis na plataforma" uma vez que, segundo a sua interpretação, só tem de "pagar o tempo em que se encontram passageiros no interior do veículo".
A pequena vitória dos trabalhadores não disfarça o longo caminho que ainda há a percorrer. O sindicato por trás do acordo com a Uber já veio convidar os restantes operadores do setor a seguirem o exemplo.