A província do Bié, no centro de Angola é há muito tempo uma plataforma comercial e uma região altamente fértil para a agricultura. Foi também um ponto-chave na luta pela independência de Angola e, mais tarde, na guerra civil. Daí a importância de gerar emprego, tanto para os veteranos como para a juventude.
Daniel Kavinhanha gere a Fábrica de Cerâmica "Prémio da Paz", que deverá estar concluída até ao final do ano, com três objetivos principais.
"Diversificar a fonte de rendimento e contribuir para o PIB é um dos objetivos. A segunda dimensão é social, criar empregabilidade para os cidadãos, permitir-lhes ter rendimentos para a sua estabilidade. A terceira dimensão é política, para absorver a maior parte dos militares e a permitir uma reintegração socioprofissional".
A produção da fábrica terá também um papel importante no desenvolvimento da região, com a administração a construir casas para os empregados e famílias.
O projeto inclui estruturas de apoio para melhorar os empreendimentos sociais, tais como uma escola, um centro de saúde, água e energia.
Uma fábrica com um papel social
Um dos veteranos de guerra envolvidos no projeto reuniu outros ex-camaradas com o know-how adequado para ajudar a fazer tudo funcionar.Avelino Munijindo está a ajudar veteranos como ele a integrarem-se de novo na força de trabalho e na comunidade: "A população local está a ajudar a fazer o trabalho e os ex-militares estão a ajudar com a perícia em algumas das áreas, por isso estamos a ajudá-los", explica.
Mesmo antes da abertura oficial da fábrica, o impacto já está a ser sentido positivamente em toda a área, e muito disso deve-se a todas as melhorias infraestruturais construídas à sua volta.
Sabino Henda é Administrador de Chipeta, uma comunidade com mais de 30.000 pessoas repartidas por mais de 50 aldeias.
Henda diz que um dos impactos favoráveis da fábrica é a escola: "As crianças podem agora estudar muito perto das suas casas. Os pais podem ter a certeza de que os filhos irão estudar numa escola com excelentes condições", conta.
Por detrás da fábrica de cerâmica e de todas as infraestruturas está a garantia a paz no país a nível social: "O desenvolvimento só pode existir onde há paz. Assim, após o conflito armado, estas crianças representam a geração da paz", diz Henda.