Os Estados Unidos lideram a corrida à IA. Mais de metade das ferramentas mais populares - como ChatGPT, Pictory e Genesys - foram desenvolvidas pelos norte-americanos. O resto do mundo tenta recuperar o atraso.
As conclusões são do relatório "Ascensão da IA", elaborado pela empresa de software financeiro Tipalti. O estudo analisa 45 tecnologias.
O Canadá vem em segundo lugar, com apenas 6,6% das ferramentas de IA. No topo da Europa, estão a França, a Alemanha e o Reino Unido, cada um com 4,4%.
As principais ferramentas desenvolvidas na Europa incluem as francesas CleanUp.pictures e ItsAlive, a alemã Userlike e as britânicas EBI.AI e Flick, aponta o relatório.
Outros países emergentes no setor da IA na Europa são a Dinamarca, com a tecnologia Zendesk, e a Polónia, o berço do LiveChat. Ambas têm escritórios nos EUA.
O estudo também lista ferramentas do Japão, de Hong Kong, do Brasil e do Paquistão.
Um relatório do Banco Europeu de Investimento de 2021 concluiu que a União Europeia representa apenas 7% dos investimentos em IA e blockchain, enquanto os EUA e a China representam 80%.
A Comissão Europeia diz que planeia investir mil milhões de euros por ano em IA. Na edição deste ano da conferência tecnológica VivaTech, em Paris, o Presidente francês anunciou 500 milhões de euros de financiamento para a IA.
Macron subiu ao palco do evento com os fundadores de uma empresa francesa da área, a Mistral AI, que recentemente angariou 105 milhões de euros apenas um mês após a sua criação.
A startup, criada por três antigos investigadores de IA da Meta e da Google (NASDAQ:GOOGL), é um exemplo dos esforços contínuos da Europa para se apresentar como um centro tecnológico.
As melhores ferramentas de IA
O relatório da Tipalti classifica cada ferramenta com base numa pontuação geral que tem em consideração o número de pesquisas no Google, as pontuações das avaliações, os seguidores nas redes sociais e o preço.
As dez melhores ferramentas de IA, de acordo com a análise, são o popular ChatGPT, a Copy.ai e a PyTorch - todas dos EUA.
A primeira tecnologia que não é norte-americana é a francesa CleanUp.pictures, que surge em 10º lugar.
Embora o Canadá tenha sido o segundo país que desenvolveu mais ferramentas de IA analisadas no estudo, nenhuma das suas aplicações obteve uma pontuação suficientemente elevada para figurar entre as 19 melhores.
Apesar do défice de investimento, Bruxelas tem-se concentrado recentemente na definição de regulamentos para controlar a utilização da IA, que tem potencial para se tornar uma referência global.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, fez um discurso no parlamento parcialmente escrito pelo ChatGPT, para realçar o potencial e os riscos da IA. Procurou, assim, apelar a um esforço mais rápido e concentrado na regulamentação da utilização desta tecnologia emergente.