Estamos sozinhos no mundo? Esta é a pergunta que o jornalista e autoproclamado "ufólogo" Jaime Maussan está a tentar responder.
Na semana passada, Maussan apresentou ao Congresso mexicano dois espécimes mumificados que diz serem cadáveres de seres extraterrestres.
As duas pequenas múmias calcárias, com cabeças alongadas e apenas três dedos em cada mão, deixaram atónitos não só os deputados, mas também muitas pessoas que assistiram ao desenrolar do drama na televisão e na Internet.
Desde então, os críticos têm continuado a afirmar que os corpos foram repetidamente desacreditados como falsos por cientistas e especialistas.
Na passada segunda-feira, médicos da Cidade do México efetuaram vários testes laboratoriais aos restos mortais.
De acordo com José de Jesus Zalce Benitez, diretor do Instituto Científico de Saúde da Marinha Mexicana, os três estudos foram concebidos para verificar a estrutura esquelética dos corpos.
O estudo provou que os supostos corpos pertenciam a um único esqueleto e não foram montados.
"Não há evidência de qualquer montagem ou manipulação dos crânios", acrescentou Zalce.
No entanto, a Procuradoria-Geral do Peru, juntamente com o Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses, tinha iniciado uma investigação anos antes, quando os corpos foram encontrados.
A investigação concluiu que as figuras foram "fabricadas recentemente."
"Criações feitas de ossos de animais e humanos unidos com cola sintética. Estes, por sua vez, foram cobertos com uma mistura de fibras vegetais e cola sintética para simular um tipo de pele", acrescenta o relatório.
Durante a última semana, tem havido muita especulação à medida que mais informações vão surgindo, mas a questão é: o que se sabe até agora sobre os alegados OVNIs?
Especialistas do México, dos EUA, do Japão e do Brasil reuniram-se no Congresso Mexicano a 12 de setembro de 2023. Marco Ugarte/Copyright 2018 The AP. All rights reserved
Durante a sessão plenária do Congresso, Maussan declarou sob juramento que se tratava de seres não-humanos.
Disse que estavam enterrados numa zona remota do Peru e que tinham cerca de mil anos, de acordo com testes de datação por carbono alegadamente realizados por investigadores da Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM).
No entanto, estas afirmações foram contestadas pela universidade.
O Instituto de Física da universidade negou que os seus estudos pudessem ser usados para provar que os dois corpos pertenciam a extraterrestres.
Os investigadores conseguiram provar, através da análise do radiocarbono, que os corpos tinham estado enterrados durante mil anos em terra de diatomáceas, um tipo de algas que não permite o desenvolvimento de bactérias ou fungos, tornando possível a sua preservação.
Em comunicado, a instituição afirmou que "apenas se destinam a determinar a idade da amostra trazida por cada utilizador e em nenhum caso tiramos conclusões sobre a origem destas amostras."
Na sessão do Congresso, Maussan convidou militares, controladores aéreos e astrónomos para apoiarem a sua teoria.
À medida que a teoria dos alegados corpos extraterrestres persiste, aumentam os apoiantes e os detractores de Maussan. Entretanto, o mundo espera para ver se os corpos são a prova de que existe vida para além da Terra.