LISBOA, 4 Jun (Reuters) - Portugal prolongou a suspensão de pagamento de empréstimos bancários mais seis meses até ao final de Março de 2021, que é crucial para evitar um salto no malparado devido à crise provocada pela pandemia de coronavírus, disse o primeiro ministro António Costa.
Estas moratórias, em vigor desde Março, podem ser aplicadas a empréstimos bancários a empresas e crédito hipotecário.
O Governo aprovou hoje um programa de estabilização da economia face à crise económica gerada pela pandemia do coronavírus.
"A única forma de recuperarmos desta crise é ir retomando a actividade económica, não há emprego sem empresas. Fica garantida a extensao do actual regime de garantia de moratórias até 31 de Março de 2021", disse o primeiro ministro em conferência de imprensa.
Os principais executivos dos cinco maiores bancos de Portugal, que juntos representam mais de 80% dos activos do sistema bancário do país, já tinham pedido esta extensão.
Portugal, cujo sector bancário ainda está atemorizado pelo disparo do malparado após a recessão de 2010-2013, vai voltar a sofrer um duro golpe com a pandemia e o Fundo Monetário Internacional prevê uma contração de 8% em 2020.
Desde então, os bancos portugueses reduziram os 'non performing loans' (NPL) para 17.200 milhões de euros (ME) em dezembro de 2019, face ao pico de 50.000 ME em junho de 2016.
Desde então o rácio de NPL dos bancos portugueses caiu dos 17,9% para 6,1% do crédito total em dezembro 2019, mas ainda é o dobro da média europeia.
(Por Sérgio Gonçalves)