Parlamento da Rússia faz um minuto de silêncio em memória dos soldados russos mortos em combate na Ucrânia. Moscovo reconheceu esta quarta-feira a morte de 498 militares na invasão da Ucrânia - nas contas de Kiev são já 7 mil e dar esta notícia em território russo pode resultar, em breve, na condenação 15 anos de prisão.
Na sessão desta sexta-feira, a Duma aprovou, por unanimidade, a lei que pune a divulgação do que for classificado como "informações falsas" sobre as acções das Forças Armadas.
Este regulamento tem como pano de fundo a guerra na Ucrânia e a invasão das tropas russas - duas expressões também "proibidas" nos meios de comunicação social.
A nova legislação é vista como um espartilho à liberdade de imprensa e que está a obrigar meios de comunicação social icónicos como a Rádio Eco de Moscovo a fechar portas.
"Vivemos agora num estado de guerra quase total, e o governo está a introduzir, passo a passo, leis restritivas que afectam a liberdade de expressão em geral, não apenas os jornalistas. Temos de admitir que nos esquecemos como viviamos há 30 anos, antes de Mikhail Gorbachev. Na verdade, estamos a voltar a esse tempo," diz Alexei Venediktov, editor-chefe da estação de rádio russa Eco de Moscovo.
Dozhd, o canal de televisão detido pela jornalista Natalya Sindeyeva, anunciou esta quinta-feira a suspensão das emissões. A decisão foi justificada com as ameaças de encerramento feitas pelas autoridades russas. O canal fez uma emissão especial que terminou simbolicamente com a equipa a sair do estúdio.
Esta sexta-feira representa também um marco para a comunicação social internacional em Moscovo. As autoridades russas restringiram esta sexta-feira o acesso às páginas de internet, por exemplo, da BBC e da Deutsche Welle.
Vários países ocidentais encerraram as emissões da RT e Sputnik, como parte das sanções internacionais à Rússia.