CASCAIS, 28 Jan (Reuters) - O paciente do COVID-19, João Cordeiro, venceu o vírus e está prestes a ir para casa, e os seus filhos também recuperaram rapidamente da doença. Mas a batalha da sua família com uma epidemia que grassa em todo Portugal está longe de terminar.
A mulher de Cordeiro permanece no Hospital de Cascais, fora de Lisboa, a lutar pela sua vida na unidade de urgência alguns pisos abaixo do quarto em que o marido foi tratado.
"Ela está lá em baixo com pneumonia e tudo o mais", disse o visivelmente cansado homem de 48 anos, aliviado por ter alta após semanas no hospital, mas consternado com a perspectiva de deixá-la para trás.
"Tenho medo ... quero que ela melhore."
Os Cordeiros estão entre as quase 250 mil pessoas infectadas com o coronavírus em Portugal até agora neste mês, e o país tem a maior média mundial de casos diários e mortes por milhão em sete dias.
Assistindo às notícias na televisão sobre o impacto da pandemia, Cordeiro deixou um recado simples para seus os compatriotas: "Cuidado. Este (vírus) pode afectar qualquer pessoa".
A epidemia em Portugal entrou em uma fase "terrível", admitiu o primeiro-ministro António Costa na quarta-feira, e o aumento de casos deixou os hospitais à beira do colapso. estão a ficae sem camas, o suprimento de oxigénio de outros está a diminuir e, com médicos e enfermeiras sobrecarregados, médicos militares foram convocados da Alemanha para oferecer ajuda. em outros lugares, o pessoal em Cascais está exausto e às vezes tem dificuldade em se manter motivado. "Não há fim à vista", resmungou uma enfermeira após retirar o equipamento de protecção individual (EPI).
Essa incerteza pesa também na saúde mental, disse o chefe clínico do hospital, Nuno Côrte-Real.
"O bem-estar psicológico é o grande desafio agora porque todos podem lidar com uma situação adversa se souberem que ela vai acabar", disse ele. "Não saber quando isso vai acabar é muito estressante."
Texto integral em inglês: (Reportagem de Catarina Demony e Miguel Pereira, Traduzido para português por João Manuel Maurício, Gdansk Newsroom; Editado por Patrícia Vicente Rua em Lisboa)