O grupo espanhol Telefónica anunciou esta terça-feira ter chegado a acordo com os sindicatos para cortar quase 15 por cento dos seus trabalhadores em Espanha, ou seja, 2.700 saídas voluntárias, que deverão custar à empresa cerca de 1,5 mil milhões de euros.
O plano de rescisões, aberto para 2022, é dirigido a trabalhadores com pelo menos 55 anos de idade e 15 anos de antiguidade na empresa, informou o grupo de telecomunicações em comunicado. A empresa espera poupar 230 milhões de euros anuais, a partir de 2023.
Esta é o terceiro plano de saídas voluntárias da Telefónica em cinco anos. O primeiro levou à saída de 6.300 trabalhadores entre 2016 e 2018, enquanto outros 2.600 funcionários integraram um segundo plano de rescisões em 2019.
A empresa tem vindo a pôr em prática um agressivo corte de custos desde que Jose Maria Alvarez-Pallete assumiu a liderança em 2016. A estratégia tem ajudado a Telefónica a cortar mais de metade da dívida para cerca de 25 mil milhões de euros atualmente.
O objetivo da saída de 2.700 trabalhadores faz parte de um pacto social para o emprego que foi "apoiado pela maioria dos sindicatos", explicou a empresa.
Contactado pela AFP, Diego Gallart, um representante do sindicato maioritário UGT, confirmou o plano, que classificou de "mal necessário", "cumpre os objetivos mais fundamentais, nomeadamente dar segurança e garantir o futuro aos trabalhadores que vão ficar".
A Telefónica, com grande presença na América Latina, iniciou em 2019 uma reorganização drástica das atividades, direccionando-se para os mercados de Espanha, Reino Unido e Brasil.