PORTO, 6 Set (Reuters) - O atraso na realização da Assembleia Geral (AG) do BPI BBPI.LS para votar o fim dos limites de voto e permitir ao Caixabank CABK.MC avançar com o seu 'takeover' desestabiliza os accionistas e não é do agrado do BCE, mas não está a prejudicar o funcionamento do banco português, disse o 'Chairman'.
O Chairman adiantou que "compreende que os accionistas - e não é só o Caixabank - estejam intranquilos" com mais um atraso da AG, mas disse que a proposta hoje de suspender a AG foi feita pelo accionista espanhol e teve "mais de 91 pct dos votos a favor - uma vontade maciça dos accionistas em que este assunto se resolva".
Acerca de notícias sobre uma eventual retirada da OPA do Caixabank, devido a atrasos na votação da desblindagem dos Estatutos, o 'Chairman' frisou que "não houve nenhum comunicado oficial (do Caixabank)".
"O Banco Central Europeu (BCE) está a par de tudo. Concerteza não é uma matéria do agrado dos reguladores", disse Artur Santos Silva, em conferência de imprensa, sem querer revelar pormenores.
"Mas, (esta situação) não está a prejudicar nada (o BPI). O banco continua bem e a funcionar bem", frisou.
A AG do BPI para votar o fim dos limites de voto foi novamente suspensa e marcada uma nova reunião magna a 21 de Setembro, devido à ausência de decisões judiciais sobre providências cautelares, voltando a atrasar o 'bid' do Caixabank CABK.MC .
Em 24 de Agosto, o maior accionista português do BPI BBPI.LS , Violas Ferreira Financial (VFF), interpôs uma nova providência cautelar contra a eleição da mesa da Assembleia Geral.
A VFF, que detém 2,7 pct do BPI, já tinha travado a AG a 22 de Julho, que tinha sido convocada para acabar com o limite máximo de 20 pct dos votos, atrasando um passo crucial para o 'bid' do espanhol Caixabank pelo banco português.
"A AG foi novamente suspensa. Foi marcada uma nova AG para 21 do corrente (mês)", disse um accionista, à saída da Assembleia.
Outro accionista referiu que "a suspensão deve-se ao facto de ainda não haver decisões do tribunal acerca das providências cautelares interpostas pela família Violas (VFF)".
Hoje, as acções do BPI foram suspensas pela CMVM, após ontem terem caído mais de 3 pct, com o receio dos investidores que o CaixaBank, que detém quase 45 pct do BPI, retire o seu 'bid' devido a dificuldades em superar os vários imbróglios judiciais.
A 29 de Julho, Gonzalo Gortazar, CEO do Caixabank, referiu que o banco está empenhado no 'bid' sobre o BPI, mas alertou que poderá retirar a oferta se o limite de votos não for eliminado.
(Por Sérgio Gonçalves; Editado por Shrikesh Laxmidas)