Por Sergio Goncalves
LISBOA, 1 Dez (Reuters) - O 'good bank' Novo Banco, cuja segunda tentativa de venda está em curso, acelerou a simplicação da sua organização, tendo decidido cortar 10 estruturas centrais e os seus respectivos gestores de topo, o que representa uma redução de 25,6 pct destes, anunciou o Novo Banco.
O banco de transição criado em Agosto de 2014 já tinha anunciado uma redução homóloga de 24,3 pct nos custos operacionais para 449,9 milhões de euros (ME) no final de setembro, "ao mesmo tempo que apresentou um resultado marginalmente positivo, mesmo assim, o primeiro da sua história".
"O Novo Banco conclui a primeira fase dos trabalhos do Projeto de Transformação, simplificando a estrutura da organização ao nível dos gestores de primeira linha, tendo reduzido 10 estruturas centrais, e respetivos diretores coordenadores, passando das atuais 39 para 29, o que representa uma redução de 25,6 pct nas estruturas de topo do Banco", disse.
"Através desta reorganização o Novo Banco passa a ser a instituição com a estrutura mais leve e eficiente do setor bancário nacional", adiantou em comunicado.
Explicou que "este trabalho de simplificação realizou-se em várias áreas do banco, designadamente, nas áreas de marketing, comerciais e recuperação de crédito".
Sublinhou que, ao nível das Melhores Práticas de Governance, aprovou ainda a segregação entre a Gestão de Risco e o Controle de Risco, tendo sido criada a figura de Chief Risk Officer (CRO), que ficará na dependência de membros não executivos do Conselho de Administração.
"Todas estas medidas estarão implementadas a 1 de Janeiro de 2017", referiu.
"O esforço das equipas do Novo banco coincidiu com um período de maior exigência na rede de retalho e de empresas, que aliás se refletiu em vários recordes de produção mensal obtidos no ultimo mês de outubro", frisou.
OPTIMISMO VENDA
Recentemente, o CEO António Ramalho disse que o Novo Banco tem todas as condições para continuar como uma instituição independente com autonomia estratégica dada a sua inigualável posição no financiamento às empresas portuguesas, reiterando que está optimista que o Fundo de Resolução escolherá um comprador até ao fim do ano. 7 de Novembro, o Banco de Portugal anunciou que recebeu cinco propostas para comprar este banco de transição, no âmbito dos procedimentos de venda estratégica e em mercado, mas o banco central não identificou os pretendentes.
Em 30 de Junho, no âmbito do procedimento de venda estratégica, o BP anunciou que tinha recebido quatro propostas para a compra do Novo Banco, na segunda tentativa de alienação deste banco de transição, que surgiu dos escombros do colapsado Banco Espírito Santo (BES) em meados de 2014.
O Banco de Portugal não identificou os interessados, mas fontes financeiras disseram à Reuters que o BPI BBPI.LS , o fundo norte-americano Apollo APO.N aliado à 'private equity' Centerbridge, e a 'private equity' Lone Star apresentaram propostas para comprar o Novo Banco.
Na altura, o Millennium bcp BCP.LS entregou uma carta de interesse com determinado perfil, mas sem avançar uma proposta financeira concreta.
No passado dia 6 de Outubro, em entrevista à Reuters, o secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e Finanças, disse que a segunda tentativa de venda do Novo Banco está a atrair novos interessados, além dos quatro candidatos iniciais, incluindo do China Minsheng Financial 0245.HK que está a olhar.
O Novo Banco teve o seu primeiro lucro trimestral desde a sua criação em Agosto de 2014, atingindo um lucro de 3,7 ME no terceiro trimestre de 2016, e o CEO manteve a prioridade de solidez do balanço. a sua origem em 2014 teve sempre resultados trimestrais negativos superiores a 250 milhões de euros (ME) e no primeiro trimestre de 2016 teve um prejuízo de 249,4 ME e no segundo trimestre teve um prejuízo de 113,3 ME. (Por Sérgio Gonçalves; Editado por Daniel Alvarenga)