LISBOA, 4 Abr (Reuters) - O aumento de capital do Millennium BCP BCP.LS , a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e o acordo de venda do Novo Banco à Lone Star geram confiança e permitem a redução do diferencial de risco face ao bund alemão, pois normalizaram a banca de Portugal, disse o Forum para a Competitividade.
"As eleições na Holanda afastaram a extrema-direita do poder e as sondagens em França já dão a derrota de Marine Le Pen na primeira volta, embora ainda em empate técnico com Macron. Daqui resultou uma redução significativa dos diferenciais de taxa de juro entre os periféricos e a Alemanha", referiu o Forum para a Competitividade, numa nota de conjuntura.
"Portugal beneficiou de uma redução adicional deste diferencial entre 30-40 pb, devido à normalização da banca, BCP, CGD e Novo Banco, que gerou mais confiança na estabilidade financeira do país".
O spread de Portugal face ao 'bund' segue nos 368 pontos base, contra o pico de Fevereiro nos 390 pontos.
O Forum para a Competitividade referiu que o Governo português deverá apresentar este mês o Programa de Estabilidade 2017-2021, "confirmando o seu empenho em cumprir as metas europeias, de que deverá resultar a manutenção do rating pela DBRS".
Esta associação de direito privado, sem fins lucrativos, que visa promover o aumento da competitividade de Portugal, projecta uma aceleração da economia de 2,1 pct no primeiro trimestre de 2017, em termos homólogos e 0,4 pct em cadeia. No conjunto do ano antevê uma expansão entre 1,7 e 2 pct do PIB.
"É bastante provável que os próximos trimestres registem uma desaceleração do crescimento em cadeia, já que os factores de suporte do final de 2016 e inicio de 2017, fazem já parte do passado - principalmente os aumentos de salários e pensões e reduções de impostos", adiantou o Forum para a Competitividade.
"Assim sendo, ao contrário do ano passado, que começou mal, mas acabou melhor à medida que o rendimento disponível ia aumentando suportado por salários e pensões, neste ano poderá dar-se o inverso. O primeiro trimestre deverá ser o melhor, devendo a actividade desacelerar à medida que o efeito dos estímulos desaparece".
Na semana passada, o Banco de Portugal reviu quatro décimas em alta a projecção de crescimento da economia portuguesa para 1,8 pct do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, prevendo agora que o investimento e as exportações cresçam mais fortemente.
(Por Daniel Alvarenga; Editado por Sérgio Gonçalves)