(Texto atualizado com mais informações)
Por José de Castro
SÃO PAULO, 15 Abr (Reuters) - O dólar fechou em queda ante o real nesta segunda-feira, com investidores ajustando posições depois de a moeda subir por duas sessões consecutivas, na esteira de declarações consideradas mais amistosas do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre a reforma da Previdência.
Investidores se mostraram atentos ainda à reunião entre o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, no primeiro encontro após a interferência do presidente na decisão da Petrobras PETR4.SA PETR3.SA de voltar atrás na alta do diesel.
O dólar à vista BRBY caiu 0,52 por cento, a 3,8688 reais na venda. O real teve o segundo melhor desempenho entre os principais pares do dólar, atrás apenas do peso argentino ARS= .
A moeda norte-americano havia subido 0,83 por cento na sexta-feira e 0,86 por cento na quinta, repercutindo falta de sinais de melhora na articulação política a favor da reforma previdenciária e também notícias sobre a interferência do governo na definição dos preços do diesel pela Petrobras.
Na B3, a referência do dólar futuro DOLc1 cedia 0,40 por cento, a 3,8695 reais.
Nesta segunda-feira, declarações de Maia em evento em São Paulo serviram para acalmar receios sobre eventual falta de empenho do presidente da Câmara no que tange à mudança das regras de aposentadoria.
Maia disse que a PEC da reforma da Previdência deverá ser aprovada na Casa ainda no primeiro semestre deste ano e previu que o texto que terá o aval dos parlamentares permitirá uma economia próxima ao desejado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, da ordem de 1 trilhão de reais em 10 anos. O presidente da Câmara disse ainda que acredita que a agenda econômica de Bolsonaro está no caminho certo, apesar de "alguns percalços". margem, tudo ainda está confuso", disse Rogério Braga, chefe de gestão de fundos multimercados da Quantitas. Ele destacou a atenção do mercado à reunião entre Bolsonaro e Guedes, depois de o ministro afirmar nos Estados Unidos que a interferência do governo nos preços do diesel não era "muito razoável".
Em março, Guedes chegou a dizer que não tinha "apego ao cargo", depois de defender que os parlamentares aprovarem a reforma da Previdência. (Edição Alberto Alerigi Jr.)