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Por Stefani Inouye
SÃO PAULO, 5 Ago (Reuters) - O dólar disparava nesta segunda-feira, acima de 3,94 reais, em meio à forte aversão ao risco no exterior depois de o iuan romper a marca de 7 por dólar, movimento que catapultou preocupações sobre o impacto do acirramento das tensões entre Estados Unidos e China no crescimento econômico global.
Às 11:02, o dólar BRBY avançava 1,20%, a 3,9381 reais na venda.
Na máxima, a cotação foi a 3,9485 reais na venda, em alta de 1,46%, no maior patamar desde o fim de maio e a caminho da maior alta percentual diária desde meados de maio.
Na B3, o dólar futuro de maior liquidez DOLc1 subia 1,36%, a 3,9470 reais.
A China deixou o iuan romper o nível de 7 por dólar nesta segunda-feira pela primeira vez em mais de uma década, num sinal de que o país está disposto a tolerar mais fraqueza no câmbio. mercado está todo pautado pelo exterior. Essa atuação do banco central da China ao permitir a desvalorização do iuan é um sinal de resistência no conflito com os EUA", disse Camila Abdelmalack, economista-chefe da CM Capital Markets.
Na ausência de qualquer outra novidade, o clima de aversão a ativos de risco e a fuga para ativos de maior segurança tendem a se estender ao longo de todo o pregão, completou Camila.
A desvalorização da moeda chinesa vem dias depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, surpreender os mercados financeiros ao prometer impor tarifas de 10% sobre 300 bilhões de dólares restantes das importações chinesas a partir de 1º de setembro.
O índice MSCI de moedas emergentes .MIEM00000CUS renovou as mínimas de 2019 e sofria a maior queda diária desde junho de 2016.
Já o índice do dólar .DXY --fortemente influenciado pelo movimento de divisas de outros mercados desenvolvidos, como euro EUR= e iene JPY= -- mostrava queda de 0,39%, a 97,694.
Do front doméstico, o BC realiza nesta sessão leilão de até 11 mil contratos de swap cambial tradicional, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento outubro de 2019.
Investidores também se preparam para a retomada dos trabalhos no Congresso após o período de recesso parlamentar. A expectativa é que as pautas econômicas, especialmente a votação em segundo turno da reforma da Previdência, ocorram ao longo desta semana. (Edição de José de Castro)