(Texto atualizado com mais informações)
Por José de Castro
SÃO PAULO, 22 Abr (Reuters) - O dólar terminou esta segunda-feira perto da estabilidade ante o real, à medida que agentes de mercado optaram por movimentações leves e sem abertura significativa de novas posições antes da votação da reforma da Previdência na CCJ da Câmara, prevista para terça-feira.
Porém, numa evidência do clima de apreensão do mercado, a volatilidade implícita das opções de dólar/real voltou a subir, rondando máximas em quase quatro semanas.
O dólar à vista BRBY fechou com variação positiva de 0,08 por cento, a 3,9328 reais na venda.
A cotação oscilou entre queda de 0,40 por cento (a 3,9139 reais) a alta de 0,18 por cento (para 3,9370 reais).
Na B3, a referência do dólar futuro DOLc1 subia 0,43 por cento, a 3,9375 reais.
"O clima é de espera", resumiu Thiago Silencio, operador de derivativos na CM Capital Markets. Segundo ele, diante da expectativa de que o texto da reforma seja aprovado na CCJ, será importante voltar as atenções para o placar potencialmente favorável ao governo.
O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, admitiu nesta segunda-feira que pequenas mudanças na reforma da Previdência serão anunciadas até a manhã de terça-feira, em meio à negociação com parlamentares para a votação do texto na CCJ da Câmara. receio é que as concessões do governo possam desidratar a reforma, com risco de economia substancialmente menor que a de 1,1 trilhão de reais defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
A postura mais cautelosa do mercado de certa forma "protegeu" o câmbio de uma depreciação mais intensa nesta sessão, marcada por perdas em moedas de perfil semelhante ao real, como rand sul-africano ZAR= , sol peruanno PEN= e peso mexicano MXN= .
Ainda assim, a apreensão foi explicitada na alta de uma medida de incerteza do mercado --a volatilidade implícita, calculada a partir dos preços das opções de compra (call) de dólar.
A volatilidade implícita subiu nesta segunda-feira para 13,5330 por cento, reaproximando-se da taxa de 13,5580 por cento alcançada no último dia 17, maior patamar desde 27 de março (15,1250 por cento). (Edição de Maria Pia Palermo)