(Texto atualizado com mais informações)
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO, 16 Abr (Reuters) - O dólar oscilava com volatilidade na instável sessão desta quinta-feira, à medida que investidores digeriam dados relacionados a desemprego nos Estados Unidos, que evidenciaram o impacto econômico da pandemia de coronavírus, enquanto atuação do Banco Central aliviava a pressão sobre o real.
Mais 5,2 milhões de norte-americanos solicitaram auxílio-desemprego na semana passada, elevando o total de pedidos pelo benefício no último mês para acima de 20 milhões. O dado veio próximo da expectativa de economistas, o que inicialmente deu suporte a ativos de risco.
No entanto, conforme os mercados analisavam os danos econômicos causados pelas medidas de combate ao vírus --que devem levar a uma grave recessão--, a cautela retornava, pressionando bolsas de valores e moedas de países emergentes. .NPT
"Resumindo: o desemprego e a perda na renda continuam sendo uma grande questão; elevam a pressão para medidas adicionais de alívio", disse o conselheiro econômico principal da Allianz (DE:ALVG), Mohamed A. El-Erian.
Na máxima do dia, depois da divulgação dos números de pedidos de auxílio-desemprego norte-americano, o dólar chegou a tocar 5,2643 reais na venda, alta de 0,42%.
Posteriormente, o Banco Central anunciou leilão de swap cambial tradicional de até 10 mil contratos com vencimento em junho de 2020 e janeiro de 2021, e a divisa norte-americana desacelerou a alta logo após o anúncio. O BC vendeu todo o lote ofertado.
A autarquia também vendeu nesta quinta-feira todos os 13.980 contratos de swap cambial disponibilizados em leilão de rolagem do vencimento maio.
Às 11h51, o dólar BRBY recuava 0,14%, a 5,2353 reais na venda. Na B3, o contrato mais negociado de dólar futuro DOLc1 operava em queda de 0,15%, a 5,2405 reais.
No exterior, o dólar tinha força, subindo em relação a peso mexicano MXN= , lira turca TRY= e dólar australiano AUD= , pares do real, e avançando 0,25% ante uma cesta de moedas fortes =USD .
Enquanto isso, havia expectativa de analistas em relação a fala do presidente norte-americano, Donald Trump, que deve apresentar nesta quinta-feira "novas orientações" para a reabertura da economia dos EUA. último pregão, o dólar interbancário fechou em alta de 1,00%, a 5,2424 reais na venda. No ano, a divisa norte-americana acumula ganhos de mais de 30% ante o real, impulsionada por fluxo cambial negativo e juros baixos no Brasil (que desestimulam entrada de capital para a renda fixa), cenário agravado pela aversão a risco global causada pela pandemia de Covid-19. (Edição de José de Castro)