(Texto atualizado com mais informações)
Por José de Castro
SÃO PAULO, 14 Out (Reuters) - O dólar fechou em alta ante o real nesta quarta-feira, ganhando força na parte da tarde depois de cair durante a manhã, conforme o mercado buscou a segurança da divisa dos Estados Unidos num pregão em que predominou cautela sobre os rumos da pandemia global de coronavírus.
O dólar à vista BRBY subiu 0,40%, a 5,6033 reais na venda, perto da máxima do dia, de 5,6059 reais (+0,44%). Na mínima, a cotação caiu 0,80%, para 5,5364 reais.
A queda do dólar ainda pela manhã coincidiu com as mínimas do dia para a moeda norte-americana no exterior =USD .
O real descolou de boa parte de seus pares emergentes, mas mesmo assim foi acompanhado na baixa pelo rublo russo RUB= e pelo zloty polonês PLN= , além de outras moedas europeias e do rand sul-africano ZAR= , no dia em que países europeus tocaram o sino de alerta sobre uma ressurgência de casos de Covid-19. menor expectativa de outro pacote fiscal nos Estados Unidos também afetou o sentimento dos agentes financeiros. O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, disse que um acordo em torno de um estímulo fiscal provavelmente não seria alcançado antes das eleições de 3 de novembro.
De acordo com o Bank of America (NYSE:BAC), é provável uma "segunda rodada" de força global do dólar nas próximas semanas, com base em um padrão observado por analistas do banco, que inclui, por exemplo, expectativas em torno da política monetária dos Estados Unidos, perspectivas de inflação, sazonalidade e venda excessiva da moeda nos últimos meses.
Para Gilberto Kfouri, responsável por renda fixa e multimercados da BNP Paribas (PA:BNPP) Asset Management no Brasil, o dólar está caro ante o real, sobretudo considerando a expectativa de que o resultado das transações correntes escape de déficit neste ano. Mas ele ponderou que os mercados domésticos seguem envoltos em temores de ordem fiscal e que o noticiário local tem peso maior na taxa de câmbio quando comparado a outros lugares.
"Espaço para o dólar voltar (cair) tem. Mas se fizer besteira também continua piorando (real desvalorizando)", concluiu. (Edição de Alexandre Caverni)