(Texto atualizado com mais informações)
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO, 9 Jun (Reuters) - O dólar era negociado em alta acentuada contra o real na manhã desta terça-feira, recuperando algum terreno após fortes perdas recentes, em dia de menor apetite por risco no exterior antes da reunião de política monetária do Federal Reserve.
Às 10:16, o dólar BRBY avançava 1,42%, a 4,9240 reais na venda, enquanto o contrato mais negociado de dólar futuro DOLc1 ganhava 1,95%, a 4,922 reais.
Analistas citavam um movimento de ajuste global nesta terça-feira após vários dias positivos para ativos arriscados, que se beneficiaram das expectativas de retomada econômica e de dados promissores sobre o emprego nos Estados Unidos.
O dólar negociado no mercado interbancário fechou a última sessão em queda de 2,66%, a 4,855 reais na venda, acumulando perda de cerca de 15% desde que tocou máximas recordes contra o real em meados de maio.
"O dólar andou caindo demais esses últimos dias, e hoje, lá fora, está subindo em relação a outras moedas fortes, então por aqui há alguma realização de lucros", disse Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais.
"É um ajuste natural, ninguém esperava que o dólar fosse ficar caindo sem parar. É um movimento de equilíbrio do dólar, equilíbrio de juros e equilíbrio da bolsa."
Em nota, analistas do Bradesco (SA:BBDC4) também citaram um ajuste nos mercados, mas ressaltaram que "vetores de melhora continuam presentes diante do processo de reabertura das economias e da percepção de que o pior ficou para trás".
No exterior, o dólar ganhava força contra as principais divisas arriscadas AUD= MXN= TRY= ZAR= , enquanto os futuros de Wall Street e as bolsas de valores europeias operavam em queda.
Enquanto isso, a atenção dos mercados globais se voltava para a reunião de política monetária do Federal Reserve, que começa nesta terça-feira e será concluída no dia seguinte. Embora não sejam esperados grandes anúncios sobre os juros, as autoridades norte-americanas divulgarão projeções econômicas pela primeira vez desde dezembro, o que deve fornecer pistas sobre a saúde da maior economia do mundo.
Apesar da alta desta terça-feira, o dólar já se desvalorizou acentuadamente desde que ficou a poucos centavos de bater 6 reais em meados de maio. Para os mercados, ainda é difícil dizer se a recuperação do real será definitiva, uma vez que riscos negativos -- como a chance de uma segunda onda de infecções por Covid-19 e incertezas políticas locais -- permanecem no radar.
Nesta terça-feira, o Banco Central realizará leilão para rolagem de até 12 mil contratos de swap tradicional com vencimento em setembro de 2020 e fevereiro de 2021. (Edição de Camila Moreira)