(Texto atualizado com resultado de leilão de swap cambial tradicional e novas informações, cotações e contexto)
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO, 12 Nov (Reuters) - O dólar operava em firme alta contra o real nesta terça-feira, ainda sentindo a repercussão dos ruídos políticos da semana passada, em meio a um dia negativo especialmente para ativos da América Latina e com os investidores à espera de um discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deve oferecer pistas sobre o avanço de sua guerra comercial contra a China.
Às 12:46, o dólar BRBY avançava 0,80%, a 4,1758 reais na venda.
Na máxima, a cotação saltou a 4,1882 reais na venda. Na compra, o dólar spot bateu 4,1875 reais, maior nível intradia desde 25 de setembro (4,1942 reais na compra).
Com a forte alta desta sessão, a divisa mais do que anula a queda de 0,61% da véspera, quando fechou a 4,1428 reais.
Nesta terça-feira, o dólar futuro de maior liquidez DOLc1 registrava alta de 0,55%, a 4,1810 reais.
"Há o reflexo do discurso um pouco agressivo do Lula", disse Jaime Ferreira, diretor de câmbio da Intercam Corretora, sobre o movimento da moeda norte-americana nesta terça-feira. "A partir do momento em que o STF promulgou a decisão sobre a prisão em segunda instância, o mercado ficou mais insistente nessa questão, e neste momento vamos ter um pouco mais de pressão."
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi libertado na sexta-feira da sede da Polícia Federal em Curitiba, onde estava preso desde abril do ano passado, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a prisão após condenação em segunda instância. corte decidiu que, para que a pena de prisão comece a ser cumprida, é necessário que todos os recursos possíveis estejam esgotados, o chamado trânsito em julgado.
Ao deixar o prédio da Polícia Federal, Lula fez um discurso duro, em que questionou a legitimidade da eleição de Jair Bolsonaro, e fez ataques ao ministro da Justiça, Sergio Moro, e ao coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol. sinais de progresso na prolongada guerra comercial entre Estados Unidos e China, nesta sessão os investidores também estavam atentos a um discurso do presidente norte-americano Donald Trump, que falará ao Clube Econômico de Nova York sobre sua política comercial. L2N27S09H
"Sempre que o Trump fala de comércio, ele tem a definição na mão", comentou Ferreira. "Se ele falar de um acordo, o mercado ficará mais tranquilo, e, se não falar, pode ficar ainda mais pressionado."
O cenário externo era de força da moeda norte-americana em meio à expectativa sobre o discurso de Trump, com o índice do dólar em relação às principais moedas avançando 0,15% .DXY , flertando com máximas em quase um mês.
A força do dólar era mais notável contra divisas da América Latina, com cinco das sete moedas de pior de pior desempenho nesta sessão sendo do continente. A lista era liderada pelo peso chileno CLP= , que desabava 3% e atingia mínimas históricas, diante de persistentes manifestações no país. Peso colombiano COP= (-1,1%), real brasileiro BRBY , peso argentino ARS= (-0,6%) e peso mexicano MXN= (-0,4%) também recuavam.
Em meio à volatilidade da sessão, o Banco Central não vendeu contratos de swap cambial reverso nem dólares à vista nesta terça-feira, de oferta de até 12 mil e 600 milhões de dólares, respectivamente. Mas a autarquia colocou no mercado todos os 12 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento 2 de janeiro de 2020. (Edição de José de Castro)