SÃO PAULO, 21 Jul (Reuters) - Uma medida da incerteza sobre a taxa de câmbio caía nesta terça-feira a mínimas em pelo menos um mês, em dia de forte queda do dólar ante o real, em meio a otimismo global sobre medidas de estímulo e com expectativas sobre retomada da agenda doméstica de reformas pouco antes da entrega pelo governo ao Congresso da primeira parte da proposta de reforma tributária.
A volatilidade implícita nas opções de dólar/real para três meses BRL3MO= cedia a 16,933%, ante 17,225% da véspera, nas mínimas desde 11 de junho.
A medida para um mês BRL1MO= recuava a 17,708%, contra 17,817% de segunda-feira, nos menores níveis desde 11 de março, mês em que chegou a superar 30%.
A volatilidade implícita diz respeito a expectativas de oscilação de preço dentro de um determinado período. Quanto maior esse número, maior a incerteza sobre os rumos de um ativo --no caso, a taxa de câmbio.
A volatilidade implícita do real tem caído desde o fim de junho, mas segue mais alta que a de seus principais pares emergentes --que estão entre 12% e 15%--, indicativo de maior percepção de incerteza sobre o câmbio no Brasil.
A volatilidade realizada --que tem como base cotações passadas-- ensaia queda, mas segue em patamares bem mais altos que os vistos antes da pandemia. A medida de 90 dias está perto de 30%, contra 23,6% do rand sul-africano ZAR= , 19,4% do peso chileno CLP= e 13% da lira turca TRY= , por exemplo.
O dólar BRBY caía 3% nesta terça-feira, a 5,1898 reais, com o real de longe mostrando a maior oscilação entre as principais moedas no dia. (Por José de Castro; Edição de Maria Pia Palermo)