(Corrige o título para R$5,25, e não R$4,25)
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO, 1 Abr (Reuters) - O dólar abriu esta quarta-feira em alta acentuada contra o real, chegando a renovar máxima histórica acima de 5,25 reais em meio a sinais crescentes do impacto econômico da pandemia de coronavírus.
Às 10:15, o dólar BRBY avançava 0,93%, a 5,2426 reais na venda, enquanto o dólar futuro mais negociado DOLc1 tinha alta de 0,63%, a 5,248 reais.
Na máxima do dia, o dólar spot chegou a tocar 5,2520 reais na venda, nova máxima recorde intradia, alta de 1,11%.
Mais uma vez, os mercados voltavam as atenções para os efeitos econômicos da atual crise de saúde, com dados pessimistas e sinais de aprofundamento na disseminação do vírus elevando a expectativa de uma recessão global.
A atividade industrial da zona do euro entrou em colapso no mês passado, enquanto a criação de postos de trabalho no setor privado norte-americano recuou em março pela primeira vez desde 2017. isso, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou os norte-americanos dizendo que as próximas duas semanas serão muito difíceis na luta contra o coronavírus, com as autoridades de saúde da Casa Branca prevendo um enorme salto nas mortes relacionadas à doença, mesmo com medidas rigorosas de distanciamento social. um clima super pesado, com o corona -- principalmente nos EUA -- atingindo patamares inimagináveis", disse à Reuters Jefferson Laatus, sócio fundador do grupo Laatus.
"Isso assusta bastante o mercado, porque tem um impacto econômico sem precedentes", afirmou Laatus. "Isso vai causar uma desaceleração enorme, não só nos Estados Unidos, mas no mundo todo."
Com maior aversão a risco no exterior, a moeda norte-americana ganhava força contra peso mexicano MXN= , lira turca TRY= , rand sul-africano ZAR= e dólar australiano AUD= , principais pares arriscados do real.
No Brasil, o Banco Central, a partir desta quarta-feira, dará início à rolagem de contratos de swap cambial com vencimento em 4 de maio de 2020, totalizando 4,9 bilhões de dólares.
A medida não ajudava a aliviar a pressão sobre o real, mas, segundo Laatus, "tendo pressões adicionais, o BC pode atuar mais vezes nos mercados, inclusive com venda spot, de dólar à vista".
O dólar interbancário fechou o último pregão em alta de 0,25%, a 5,1944 reais na venda, segunda maior cotação para encerramento da história. (Edição de Camila Moreira)